André Mendonça é sorteado relator de ação contra Bolsonaro por mudanças no Iphan

Nesta semana, Bolsonaro disse ter feito mudanças nos quadros do órgão após ser informado que o Iphan paralisou a obra de uma das lojas do empresário bolsonarista Luciano Hang

15:10 | Dez. 17, 2021

Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) realiza sabatina do ex-advogado-geral da União, indicado a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), decorrente da aposentadoria do ministro Marco Aurélio Mello. Em pronunciamento, à mesa, indicado para exercer o cargo de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Luiz de Almeida Mendonça. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado (foto: Edilson Rodrigues)

O recém-empossado ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), será o relator da notícia-crime contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) por prevaricação e advocacia administrativa. A função foi determinada em sorteio nesta sexta-feira, 17.

A representação contra Bolsonaro foi protocolada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) na última quinta-feira, 16, - data em que Mendonça tomou posse -, e trata sobre mudanças promovidas no Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).

Nesta semana, Bolsonaro disse ter feito mudanças nos quadros do órgão após ser informado que o Iphan paralisou a obra de uma das lojas do empresário bolsonarista Luciano Hang. “Tomei conhecimento que uma obra de uma pessoa conhecida, o Luciano Hang, estava fazendo mais uma loja, e apareceu um pedaço de azulejo nas escavações. Chegou o Iphan e interditou a obra”, afirmou o presidente.

E seguiu: “Liguei para o ministro da pasta. Que trem é esse? Porque não sou inteligente como meus ministros. O que é Iphan, com PH? Explicaram para mim, tomei conhecimento, ripei todo mundo do Iphan. Botei outro cara lá”, concluiu Bolsonaro em evento na Fiesp.

O ministro André Mendonça foi indicado por Bolsonaro e tomou posse nesta quinta-feira, 16. Após Mendonça ter o nome aprovado pelo Senado Federal para a vaga no Supremo, Bolsonaro tratou o ocorrido como o cumprimento de uma promessa antiga de indicar um ministro “terrivelmente evangélico” para compor a suprema corte do País.