Ministro do Turismo ataca exigência de teste de Covid no Ceará: "Absurdo, segregação"

Em entrevista à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, Gilson Machado priorizou argumentos econômicos e minimizou média de mil mortes diárias da Covid

09:36 | Ago. 13, 2021

O ministro Gilson Machado diz que porta comprovante vacinal (foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O ministro do Turismo, Gilson Machado, fez nesta sexta-feira, 13, fortes críticas à tentativa do Governo do Ceará de exigir teste de Covid e vacinação para embarque em voos ao Estado. Em entrevista à Rádio Gaúcha, de Porto Alegre, o ministro classificou a ação como “absurdo” e comemorou decisão da Justiça derrubando a exigência.

“Se o Ceará fosse um país, era válido. Mas o Ceará não é um país, o Ceará é o Brasil”, disse. Questionado se a medida não seria uma forma de reduzir a circulação da variante Delta no Brasil, o ministro respondeu priorizando o impacto econômico da medida e revelou ter recebido pressão de empresários do Turismo do Ceará. De olho na alta circulação da nova variante, restrições semelhantes têm sido feitas em vários países.

“É totalmente inconstitucional, um absurdo. O trade (conjunto de empresários do setor do Turismo) do Ceará me ligou desesperado, as reservas caindo. Uma família de cinco pessoas, que tem a passagem comprada, o cara já tá ali no limite da boa vontade para levar sua mulher, seus filhos, para levar para conhecer, vamos dizer, o Beach Park no Ceará. Aí quando chega, de última hora, tem que fazer cinco exames de PCR, a R$ 450 cada”, diz.

“Isso é totalmente inconstitucional, fere o direito das pessoas. Segregação entre os brasileiros, isso é inconstitucional”. Na entrevista, o ministro também minimizou quadro da Covid no Brasil, atualmente batendo a marca de mil mortes diárias pela doença. “Isso aí (mil mortes diárias) é quando acumula dois, três dias. Nós tivemos dados também de dias com menos de 500 mortes. A curva é decrescente, quando você pega por semana”.