"É crime agora ser rico no Brasil", diz Bolsonaro sobre taxação de grandes fortunas

A declaração, dita durante lançamento de programa do governo, é resposta à proposta da reforma tributária. A ideia é que haja taxação de 20% sobre a distribuição de lucros e dividendos aos acionistas

22:39 | Ago. 02, 2021

Bolsonaro entrega à Câmara MP do novo Bolsa Família, com novo valor, oferta de crédito consignado e vale-creche e envia PEC dos precatórios para bancar criação do Auxílio Brasil (foto: EVARISTO SA / AFP)

O presidente Jair Bolsonaro fez declarações criticando as propostas de taxação sobre grandes fortunas. Ironizando, o chefe de Estado disse que virou “crime ser rico no Brasil”. A declaração foi dada nesta segunda-feira, 2, durante lançamento de um programa para construção de cisternas em escolas públicas, no Ministério da Cidadania. A fala é um posicionamento sobre as propostas de reforma tributária, que interferem nas regras do Imposto de Renda.

"Alguns querem que eu taxe grandes fortunas no Brasil. É um crime agora ser rico no Brasil. A França, há poucas décadas, fez isso. O capital foi para a Rússia", disse Bolsonaro durante evento. De acordo com o jornal Folha de São Paulo, em seu discurso, Bolsonaro também fez críticas aos governos da Argentina e Venezuela. "Querem que se aumente carga tributária, que se tabele preços, como a Argentina fez com a carne. Não só faltou no mercado, como subiu de preço", disse ainda Bolsonaro.

Segundo o presidente, caso governos de esquerda voltem ao poder no país, o Brasil pode entrar em crise. "Escolhas erradas, populista, demagógicas. Vendendo ilusão. Prometendo paraíso. Dividir riqueza e renda. Alguém conhece algum empresário socialista? Algum empreendedor comunista?", disse Bolsonaro.

A proposta preliminar da segunda fase da reforma tributária desagradou, principalmente, a classe empresarial. De acordo com a proposta, as regras exigiriam taxação de 20% sobre a distribuição de lucros e dividendos aos acionistas, além de cortar o IR para as empresas. O ministro da Economia, Paulo Guedes, no entanto, disse aos empresariado que estava disposto a rever pontos da proposta.