Mais de 30 pedidos de impeachment contra Bolsonaro devem ser protocolados nesta quarta-feira, diz revista

Já existem 74 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, protocolados entre fevereiro de 2019 e o último dia 25

20:48 | Mar. 30, 2021

Presidente Jair Bolsonaro sob pressão (foto: Divulgação )

Um novo pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) será apresentado nesta quarta-feira, 31, por lideranças de oposição ao governo federal no Congresso que observam uma tentativa do chefe do Executivo de se apropriar indevidamente das forças militares para interesses pessoais. Além disso, a Federação Nacional dos Estudantes de Direito (Fened) e centros acadêmicos de faculdades de direito estão coordenando a entrega de mais de 30 pedidos de impeachment hoje, de acordo com a revista Exame.

"Os documentos se baseiam em crime de responsabilidade referente à condução do presidente no combate à pandemia", diz a advogada ex-aluna da Universidade de São Paulo (USP) Camilla Borges Martins Gomes, uma das idealizadoras da ação.

Já existem 74 pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, protocolados entre fevereiro de 2019 e o último dia 25. A deputada Gleise Hoffman (PT/PR) e Rui Falcão (PT/SP) são autores de alguns dos pedidos mais recentes.

Segundo os parlamentares, os episódios recentes que culminaram nas saídas do ex-ministro da Defesa Fernando de Azevedo e Silva e dos comandantes do Exército, general Edson Pujol, da Marinha, almirante Ilques Barbosa Júnior, e da Aeronáutica, brigadeiro Antonio Carlos Moretti Bermudez, representam uma ameaça "evidente" à democracia.

Azevedo e Silva pediu demissão por se recusar a promover alinhamento automático e apoio político das Forças Armadas ao presidente. Seu substituto à frente da Pasta, general Walter Braga Netto, demitiu os comandantes das armas por ver neles a mesma resistência.

Em nota sobre a denúncia contra Bolsonaro, as lideranças apontam para o trecho da Lei de Impeachment que estabelece crimes de responsabilidade contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais, como "servir-se das autoridades sob sua subordinação imediata para praticar abuso do poder, ou tolerar que essas autoridades o pratiquem sem repressão sua" e "incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina".

O pedido de impeachment será entregue na Câmara dos Deputados nesta quarta-feira, às 11h, pelos líderes da minoria e da oposição no Senado e na Câmara, respectivamente Jean Paul Prates (PT-RN), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Marcelo Freixo (Psol-RJ) e Alessandro Molon (PSB-RJ), além do líder da minoria no Congresso, Arlindo Chinaglia (PT-SP).

com Agência Estado