Ocupação da Secultfor tem "militância" de partidos da oposição, diz RC
RC disse estar surpreso com o motivo da ocupação, que teria partido de pauta "positiva" para a área. Foi a 1ª fala do prefeito desde o início da ocupação
Seis dias após ativistas iniciarem ocupação do prédio da Secretaria de Cultura de Fortaleza (Secultfor), o prefeito Roberto Cláudio (PDT) comentou nesta segunda-feira, 19, a ação pela primeira vez. Em entrevista coletiva, o prefeito destacou que a manifestação tem carga de “militância fortemente partidária”, ligada a um partido que faz oposição ao seu governo.
“Há uma militância fortemente partidária, de um partido que faz oposição a mim, vinculado a esse movimento”. RC disse ainda estar surpreso com o motivo da ocupação, que teria partido de pauta, segundo ele, “positiva” para a área. “Eu estou trazendo um recurso novo, que está fora do orçamento. Em plena época de cortes, estou trazendo novos recursos para a cultura”.
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Membros da classe artística de Fortaleza, no entanto, discordam da avaliação do prefeito. Insatisfeitos há muitos meses com a gestão da área em Fortaleza, movimento decidiu ocupar prédio da Secultfor após a Prefeitura apresentar proposta com valor de R$ 1 milhão para o Edital de Artes deste ano.
[SAIBAMAIS 4]Valor insuficiente
Segundo membros do Fórum de Linguagens, do Conselho Municipal de Política Cultural, o valor é pequeno para contemplar 13 linguagens artísticas. No último edital do tipo, de 2011, o valor ofertado foi de R$ 2,92 milhões. Pelas demandas dos artistas, valor deveria ser de pelo menos R$ 4 milhões.
Com seis dias de ocupação, mais de 1,1 mil pessoas assinaram lista de presença do movimento. Roberto Cláudio, no entanto, reforça que o recurso de R$ 1 milhão é “adicional”, sendo o edital positivo para a área. “Tenho a compreensão de que a Cultura é fundamental para a nossa cidade. Agora, é importante que os fatos sejam esclarecidos. Esse recurso é extra, não estava previsto”, disse.
Atividades suspensas
Nesta segunda-feira, a Secultfor anunciou a suspensão de suas atividades pelo tempo em que durar a ocupação. Já ativistas afirmam que irão entregar documento a Roberto Cláudio, no Paço Municipal, com propostas do movimento.
O secretário de Cultura, Magela Lima, considera que, apesar de "justo", o movimento é inviável, visto as dificuldades financeiras do atual momento de crise econômica no País. Segundo ele, o Edital das Artes sempre teve problemas de viabilidade financeira. "A novidade é que, mesmo não tendo recurso, os comitês gestor e financeiro liberaram a verba.
com informações da repórter Jéssica Welma