Governador da Bahia propõe pacto de enfrentamento à crise
"Os 27 governadores têm posições diferentes de qual é a solução mais adequada, mas não podemos nos furtar do debate, não podemos furtar o País de uma solução", afirmou. "Acho que a palavra que os brasileiros esperam nos quatro cantos do País é negociação, para que o Brasil possa retomar crescimento", acrescentou. Os governadores já começaram a articulação com o Congresso, aproveitando a agenda hoje em Brasília para se reunir com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, e do Senado, Renan Calheiros.
Assim como o governador Wellington Dias (PT-PI), Rui Costa minimizou o fato de os governadores de oposição não terem comparecido ao encontro desta quarta-feira, como era pretendido. "Estamos dialogando com os 27 governadores. Não é um embate entre o governo e a oposição", disse.
O governador Renan Filho (PMDB-AL) reforçou o discurso ao falar que a única coisa que o País não pode agora é deixar de debater. "É importante que discutamos, sejamos governo ou oposição", afirmou. Ele também argumentou que Estados e municípios precisam estar inseridos nas saídas à crise, porque ela atinge a todos.
Na sequência, o governador Luiz Fernando Pezão (PMDB-RJ) citou os problemas históricos dos Estados com a Previdência para justificar a volta da CPMF, desde que a arrecadação seja compartilhada. "A gente sabe que nossa carga tributária é pesada", falou. "Não é um tema fácil, se fosse fácil já estava aprovada e não tinha sido retirada (no passado)."
Os governadores ouviram o depoimento de alguns parlamentares que estavam presentes na reunião, que falaram sobre as dificuldades para emplacar o projeto de retorno da CPMF no Congresso.
A presidente da Comissão Mista de Orçamento, senadora Rose de Freitas (PMDB-ES) cobrou explicações sobre como os governadores irão convencer as lideranças partidárias a aumentar a alíquota proposta pelo governo de 0,20% para 0,38%. "A maioria dos integrantes da Comissão não quer aumento de imposto", disse.