CPMF veio para poupar cortes em educação e saúde, por exemplo, diz Pimentel
Pimentel afirmou que o Brasil está, no momento, debatendo com problemas de curto prazo. "O Brasil não vai morrer. Precisamos nos libertar da política de curto prazo e caminhar para o futuro. Mas aí não depende só das soluções que a política tem a oferecer. Os empresários, por exemplo, têm a inovação para usar a favor", disse, ao participar de painel no 16º Congresso Brasileiro de Mineração e da Exposição Internacional de Mineração (Exposibram), nesta terça-feira, 15, ao lado do presidente da Vale, Murilo Ferreira, e do presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Olavo Machado Jr.
Ele avaliou que o Brasil vai sair da discussão do curto prazo e recuperar a capacidade do diálogo. "E as centrais sindicais que me desculpem, mas é hora de mudar". Pimentel destacou que o País precisa de agilidade nas reformas estruturais para ter menos burocracia. "A agilidade não deve vir na condenação de um investigado antes de se provar as acusações e ele vire realmente réu. Isso não é bom para o País. É preciso ter cautela dos juízos que estamos fazendo", ressaltou, sem citar diretamente as operações Lava Jato e Acrônimo.
Para o governador, já que haverá uma interrupção da velocidade das ações para melhoria e redução da desigualdade social, há de se aproveitar a oportunidade para "corrigir erros que são imputados nas contas de gastos sociais." "As corporações do poder público têm privilégios absurdos - e é só ver no Portal da Transparência se os gastos são compatíveis com os da população brasileira. O rombo da previdência pública é superior ao rombo do INSS. Vamos ter que tomar medidas muito rigorosas contra essas questões", declarou.
Sobre o setor de mineração, Pimentel comentou que ninguém previu o fim do ciclo favorável das commodities, mas que cada agente do setor privado e público tem a sua responsabilidade para reverter o cenário atual. "Cada empresa e governo estava fazendo tudo certinho, quando foi acometido pelo colapso do preço do minério. O Brasil não está tão ruim assim. O mundo mudou completamente nos últimos três anos", declarou.
Para ele, o preço global da tonelada do minério de ferro não volta aos patamares de US$ 150 nem o valor internacional do petróleo retoma os recordes anteriores. Além disso, concorda que o efeito China pode ser prejudicial ao setor, mas ao mesmo tempo acredita que, se a China não "carregar o mundo nas costas", o mundo se torna mais competitivo.
Já sobre Minas Gerais, o petista garantiu que, por mais que o Estado esteja com dificuldades financeiras, não chegará à situação do Rio Grande do Sul. "Isso não vamos permitir nunca de deixar de pagar salários e chegar ao ponto do Rio Grande do Sul. Mas excesso de salários vamos cortar", disse.
O governador ainda informou que até a semana que vem enviará um Projeto de Lei para apreciação na Assembleia Legislativa de mudanças nos procedimentos de licenciamento ambiental, que, na sua concepção, atrapalha o andamento de investimento do setor industrial, principalmente o de mineração. "Quando chegamos ao governo tínhamos 4.600 licenciamentos parados. Nós estamos trabalhando desde então para melhorar esses procedimentos. Nessa PL vamos colocar prazo para elas saírem e vamos descentralizar: tentar passar para os municípios tudo o que poderá ser passado", explicou.