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Serra chama política econômica do governo de "calamitosa"

23:30 | 17/08/2015
O senador José Serra (PSDB-SP) criticou o ajuste fiscal conduzido pelo governo Dilma Rousseff e pelo ministro da Fazenda, Joaquim Levy. No Roda Viva, da TV Cultura, Serra classificou como "calamitosa" a política econômica do governo e disse que outros governantes buscariam outros caminhos hoje e no passado. "O ajuste do governo desajusta a economia", afirmou. O senador criticou o aumento do endividamento do governo e alta de juros de forma, segundo ele, mal calculada em um momento de economia fragilizada.

"O governo Dilma fez tanta bobagem que você não precisa colocar mais. Tem inflação de bobagens endógenas", afirmou Serra.

Apesar de admitir que, mesmo em um cenário com Dilma afastada da presidência, quem assumisse "comeria o pão que o diabo amassou", dado o quadro atual de crise econômica, mas avaliou que o fator credibilidade seria essencial. Serra evitou detalhar em que aspectos uma política econômica tucana seria diferente da do segundo mandato de Dilma, mas frisou a questão da confiança. "Tudo que é novo traz um crédito de confiança, que é decisivo."

Serra avaliou que se Aécio Neves tivesse sido eleito no ano passado, o quadro hoje ainda seria duro, mas com perspectiva melhor. "A gente cresceria esse ano? Provavelmente não, mas você acenaria com uma credibilidade para o longo prazo."

O senador tucano argumentou ainda que a origem dos problemas econômicos não está em um cenário internacional, mas no segundo mandato de Lula. Para Serra, o ex-presidente petista "torrou" o dinheiro que o Brasil ganhou com o boom das commodities e não soube aproveitar aquele momento histórico entre 2006 e 2008 para investir em infraestrutura e estimular a produção industrial. "A economia do mundo não está em crise. o segundo governo Lula ganhou muito dinheiro - não no sentido pessoal - mas não teve nenhum plano de como usar isso, não se produziu, não se investiu em infraestrutura."

Serra também chamou de mentirosa a argumentação de setores do governo de que se implementou uma nova "matriz econômica", desenvolvimentista. "Nunca houve nova matriz, houve um desnorteamento. Isso só facilita o discurso, mas não é verdadeiro" O senador disse ainda ver com pessimismo as altas de impostos, com a tentativa de reonerar a folha de pagamentos, por exemplo. Disse avaliar que as empresas podem não resistir nesse momento de recessão.

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