Relator do projeto de reoneração diz que vota a favor do texto da Câmara
Eunício aproveitou para criticar a proposta do governo, que sofreu forte pressão de empresários, em especial da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). "Resisti muito a qualquer mudança, mesmo por meio de emenda de redação. Embora não considere essa a proposta ideal e considerar essa pauta do ajuste fiscal como negativa, para encerrar o ajuste hoje, voto a favor do texto da Câmara", disse o relator, que fez referências à Agenda Brasil, apresentada pelo presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), como porta de saída do ajuste fiscal.
"A sociedade, as empresas e os trabalhadores exigem do governo e do Congresso propostas que gerem crescimento sustentável. Não estou dizendo que devemos deixar de tratar as contas públicas com austeridade, mas é praticamente impossível apenas ficarmos falando de ajuste fiscal", disse Eunício Oliveira.
O senador foi duro ao comentar a relação do governo com empresários. "Agora é hora do governo reforçar seus mecanismos de comunicação com a sociedade, com empresários, para soluções negociadas, com alguma luz para o futuro. Agentes produtivos precisam de oxigênio para sobreviver e sufocar a atividade econômica pode levar a retrocessos".
O projeto que vai a votação nesta quarta-feira eleva as alíquotas que incidem sobre o faturamento bruto das empresas que estão, desde 2011, com a folha de pagamentos desonerada. O objetivo do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, é reduzir a "renúncia" fiscal do governo, que deixa de arrecadar R$ 25,2 bilhões por ano com as desonerações, segundo contas da Receita Federal. O projeto original do governo, antes da alteração feita na Câmara, que reduziu a elevação de alíquotas para alguns setores, tinha como objetivo reduzir esse rombo fiscal anual pela metade.