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Em meio à crise, cúpula do PSB sobe tom contra o governo Dilma

14:50 | 27/08/2015
Integrantes da cúpula do PSB redigiram nesta quinta-feira, 27, documento prévio em que sobem o tom contra a condução do governo Dilma na área política e econômica. O texto final, ainda em discussão, deverá ser publicado ainda hoje, após a conclusão da reunião da Executiva Nacional da legenda, em Brasília. Em conversas com jornalistas, o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, adiantou qual será a tônica da nota.

"Ela mostra primeiro que os problemas foram criados em decorrência de uma conjunção perversa de medidas populistas e irresponsáveis que foram adotadas com a perpetuação do PT no poder", afirmou Siqueira. O partido fez parte do governo federal até o ano de 2013, quando desembarcou para lançar candidatura presidencial no ano seguinte.

Durante a reunião, foi discutida a inserção no texto de um pedido para que o Tribunal de Contas da União (TCU) acelere o julgamento das chamadas pedaladas fiscais de 2014. Após discussões entre os integrantes da Executiva Nacional do PSB, a cobrança acabou sendo retirada do texto final.

Um dos principais temores dos governadores e prefeitos do PSB é o impacto em seus respectivos orçamentos de medidas adotadas pelo governo para tentar superar a crise econômica.

"Preocupa muito a falta de diálogo entre os interlocutores políticos. É preciso criar uma agenda. Mas, no momento, ninguém está vendo uma luz no fim do túnel", disse o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg.

O prefeito de Recife, Geraldo Júlio, destacou o temor com as previsões de recessão para 2016. "Estamos vendo que cada vez mais a crise vai se aprofundando. As perspectivas para este último quadrimestre são piores do que vivemos em 2014 e 2015", ressaltou.

O governador de Pernambuco, Paulo Câmara, apontou com um dos motivos da instabilidade política e econômica a falta de credibilidade do governo Dilma. "Há uma crise de confiança, uma crise ética sem precedentes", disse Câmara.

O governador deverá participar de reunião convocada pela presidente Dilma Rousseff em Fortaleza, nesta sexta-feira. Segundo ele, também foram convidados os demais governadores do Nordeste. "Já fizemos outras reuniões com ela. Até agora não tivemos nenhuma resposta concreta. Ainda não se achou alternativas", reclamou.

Presente à reunião, o senador Fernando Bezerra (PE), pediu que o texto fosse mais "moderado" nas críticas ao governo e defendeu a retirada de adjetivos como "carcomidos" e "equivocado", referências feitas ao governo Dilma.

Bezerra ressaltou ainda que, no momento, as principais forças de oposição, em sua avaliação concentradas no PSDB, estavam "perdidas" e "divididas" e pediu para que o partido aguardasse os próximos 45 dias para poder endurecer o tom. A expectativa do senador é de que neste prazo o quadro econômico se agrave tendo reflexos na política.

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