Aldo Rebelo diz que PCdoB não busca o conforto de alianças fáceis
Ele disse que o ambiente de crise, seja ela política, econômica ou social, tem sido uma constante ao longo da história brasileira. Também citou casos de cassação e afastamentos no Congresso, mencionando especificamente as renúncias de Renan Calheiros, Jader Barbalho e Antônio Carlos Magalhães aos mandatos no Senado, na década passada. "Isso não alterou o curso da vida do País. O Brasil continuou funcionando, encontrando formas de enfrentar essas dificuldades. Isso é o que nós devemos procurar fazer: reconhecer as dificuldades, não só no governo federal. Há governos estaduais também atravessando momentos difíceis", falou. Segundo ele, o mais importante é que o Executivo e o Congresso "reúnam condições" para que o País enfrente as dificuldades existentes.
O ministro afirmou que uma parcela da crise política é produzida pelos efeitos das investigações promovidas de forma independente por instituições que possuem esta atribuição - como a Polícia Federal e o Ministério Público. Ele não mencionou nomes, mas lembrou que estas investigações atingem o mundo político "de uma forma muito contundente" por envolver lideranças importantes, principalmente do Congresso. "(Estas investigações) produzem efeitos políticos que terminam tendo consequências dentro do sistema."
Aldo Rebelo disse que não falaria sobre a possibilidade de haver uma reforma ministerial, já que esta é uma responsabilidade exclusiva da presidente da República. "Alguém pode ter opinião, mas discutir reforma, que é atribuição do chefe do Poder Executivo, eu não vejo como. Além disso, este não é um debate que possa ser realizado contaminado por interesses políticos ou puramente partidários", avaliou.
Hoje, Aldo Rebelo é único representante do PCdoB no primeiro escalão. Se confirmada a reforma ministerial, o PDT e o PTB, que anunciaram independência em relação ao governo nas votações no Congresso, devem entrar na dança das cadeiras da Esplanada.