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Juiz decreta nova prisão preventiva de Marcelo Odebrecht e quatro executivos

Para Sérgio Moro, não há como não reconhecer que a libertação dos investigados representa risco para a ordem pública

16:36 | 24/07/2015
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A Justiça Federal no Paraná decretou nesta sexta-feira, 24, nova prisão preventiva do presidente da construtora Odebrecht, Marcelo Odebrecht, e de mais quatro diretores da empresa. Alvos da Operação Lava Jato, que apura um esquema criminoso que desviou milhões de reais da Petrobras, os cinco já estão presos, em caráter preventivo, desde o dia 19 de junho, quando a Polícia Federal (PF) deflagrou a décima quarta fase da operação.

Em despacho com data desta sexta-feira, o juiz federal Sérgio Moro, responsável pelos processos da operação, explica que o novo pedido é necessário, porque, após os cinco investigados terem sido detidos, surgiram novas provas do envolvimento deles no esquema.

Segundo o magistrado, embora os elementos que justificaram as primeiras prisões continuem válidos, os investigados vêm tentando obter, no Superior Tribunal de Justiça (STJ), habeas corpus para que possam responder em liberdade. Além de Marcelo Odebrecht, estão envolvidos Rogério Santos de Araújo, Márcio Fária da Silva, Cesar Ramos Rocha e Alexandrino de Salles Ramos de Alencar.

[SAIBAMAIS 3]Risco para a ordem

Para Moro, não há como não reconhecer que a libertação dos investigados representa risco para a ordem pública. Na avaliação do juiz, a Odebrecht dispõe dos meios para “interferir de várias maneiras na coleta da provas, seja pressionando testemunhas, seja buscando interferência política”. Assim, o magistrado considera a manutenção das prisões preventivas necessária para interromper o ciclo de “crimes desenvolvidos de forma habitual, profissional e sofisticada”.

Na decisão, Moro diz ainda que, embora a Petrobras tenha proibido a assinatura de novos contratos com as empreiteiras já investigadas pela Lava Jato, estas empresas ainda têm contratos em execução com a estatal. Moro também adverte que, apesar do afastamento dos diretores sob suspeita, pode ainda não terem sido identificados todos os empregados da Petrobras que participaram do esquema.

Citando declarações do ex-diretor de Refino e Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa, o juiz também manifestou a preocupação de que o esquema criminoso tenha afetado outras estatais e órgãos públicos. Em dezembro do ano passado, em depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) da Petrobras, Costa afirmou que a cobrança de propinas em acertos entre empreiteiros investigados e agentes públicos ocorre em todo o país, da construção de hidrelétricas a obras em rodovias.

Agência Brasil
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