Justiça sequestra bens de alvos da Porto Victória
Todos os valores apreendidos no curso da operação já estão incluídos na ordem de sequestro - nos endereços dos alvos da Porto Victória, a PF apreendeu R$ 1 milhão em dinheiro vivo, entre euros e reais, além de lingotes de ouro e um diamante.
"Pedimos o sequestro (de bens) para descapitalizar a organização criminosa", declarou o delegado Alberto Ferreira Neto, que conduz a Porto Victoria.
Onze investigados foram presos, entre eles o ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Simões de Toledo, atualmente executivo do Banif, banco de investimentos. A organização, segundo a PF, realizava exportações fictícias de produtos superfaturados em até 5000% para a Venezuela - os valores pagos eram transferidos para o sistema financeiro em São Paulo, seguindo depois para Hong Kong.
"Era ficção", disse Ferreira Neto, ao se referir às operações de comércio exterior.
Na prática, raramente os produtos importados pela Venezuela chegavam ao País. A grande maioria das transações ficavam apenas 'no papel'.
Pelo menos 30 empresas, a maior parte delas de fachada, estão na mira da PF. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF), órgão de fiscalização do Ministério da Fazenda, identificou movimentações, com indicativo de ocorrência de lavagem de dinheiro, no montante de R$ 3 bilhões.
Uma única empresa da organização movimentou R$ 170 milhões. Além de executivos do Banif, funcionários de outros bancos estão sob suspeita. A PF vai intimar diretores dessas instituições financeiras. A PF quer saber porque falhou o compliance, mecanismo de controles internos e de conhecimento da clientela física e jurídica.