Governadores do Sudeste discutirão propostas para a região na próxima semana
"Vamos nos reunir no Palácio Guanabara (sede do governo fluminense). A maior preocupação é com a economia, as dificuldades que estão passando vários Estados. Vamos discutir uma pauta comum e trabalhar em uma proposta do Sudeste", afirmou Pezão, para quem as dificuldades estão acima das diferenças políticas entre os governadores.
O Rio de Janeiro foi escolhido por ser uma espécie de "área neutra", já que Pezão, nas eleições do ano passado, apoiou a reeleição da presidente Dilma Rousseff, mas teve apoio do PSDB do candidato Aécio Neves, derrotado no segundo turno. O presidente do PMDB-RJ, Jorge Picciani, abriu dissidência em resposta ao fim da aliança com o PT no Estado e fundou o movimento "Aezão", que pregou o voto em Aécio e Pezão. O governador, no entanto, manteve a aliança com Dilma.
Pimentel fez campanha ao lado da presidente e impôs uma segunda derrota a Aécio Neves, ex-governador de Minas, ao vencer, no primeiro turno, o candidato tucano ao governo, Pimenta da Veiga. Paulo Hartung apoiou Aécio Neves.
No início de janeiro, os governadores do Sudeste se reuniram em Brasília com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, para discutir ações integradas de segurança pública. Agora, a ideia é debater também os gargalos da infraestrutura, financiamentos de obras públicas e Parcerias Público Privadas (PPPs), entre outros temas.
Segundo Pezão, no caso do Rio, duas de suas grandes preocupações são a queda na arrecadação de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) e de royalties do petróleo e a preservação de empregos, apesar da retração de investimentos. "De um lado, está difícil fechar as contas. Mas também temos que garantir os empregos dos operários de obras que serão concluídas este ano e em 2016. Estou preparando uma série de propostas para levar aos governadores na terça-feira", disse.
Pezão aproveitou a visita da presidente Dilma ao Rio, na terça-feira, 23, e mostrou preocupação com a crise no setor de petróleo e gás. Ele se queixou que a Petrobras tem voltado as atenções só para o petróleo da camada pré-sal e restringiu investimentos nas áreas petrolíferas do pós-sal, grande parte delas localizada na Bacia de Campos. "Disse à presidente que, se a Petrobrás não está investindo nos campos do pós-sal, precisa tomar uma decisão sobre o que fazer com eles", afirmou.