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Emendas ao Plano Municipal de Educação geram bate-boca na Câmara

Emendas querem retirar trechos que tratam de sexualidade e homofobia. Vereadores ligados à causa LGBT se revoltaram

12:31 | 23/06/2015

O debate sobre as emendas propostas pelo veareador Carlos Dutra (Pros) ao Plano Municipal de Educação se transformou num bate-boca entre parlamentares nesta terça-feira, 23, na Câmara de Fortaleza. O legislador, que também é pastor, solicitou a supressão de trecho que discute sexualidade e homofobia no ambiente escolar. A sessão dedicada a votação do Plano Municipal de Educação teve início às 9 horas da manhã e segue em andamento no plenário da Casa. 

 

Entre outros trechos, o vereador  Carlos Dutra quer suprimir o trecho onde se lê que é função do plano "elaborar e implantar diretrizes e orientações para o sistema de ensino público e privado no
reconhecimento positivo e respeito à identidade de gênero". A proposta gerou revolta entre parlamentares ligados à causa dos direitos humanos e aos direitos LGBT.

Paulo Diógenes (PSD), que é homossexual, indignou-se contra a proposta. De acordo com ele, o texto original do Plano Municipal de Educação não faz pregação em benefício de determinada sexualidade. "O que está pedindo aqui é só que os professores saibam lidar com isso, e mais nada". Ele afirmou que aqueles que eram contrários à proposta "não têm uma procuração de Deus para me julgar".

João Alfredo (Psol) afirmou que "é difícil imaginar que alguém se reivindique cristão e sinta tanto  ódio". Ele acusou os apoiadores da emenda de Carlos Dutra de fundamentalistas. "Eu não tenho medo de dizer, seus hipócritas, se Jesus Cristo voltasse, ele estaria do lado dos gays", declarou.

Defendendo a proposta, o vereador Fábio Braga (PTN) afirmou que não tinha qualquer tipo de preconceito. Entretanto, "eu não quero passar uma procuração ao professor para ele ensinar ao meu filho sobre sexo". De acordo com ele, esse tipo de orientação cabe à família. "Tudo tem sua hora, seu tempo e seu lugar", argumenta.

O autor da emenda, Carlos Dutra, defendeu suas propostas. Ele também argumentou que não é desejável transferir a escola a função de debater a sexualidade. "Esses ensinamentos no colégio são perigosos". De acordo com ele, "as crianças vão ficar a mercê dos professores. E o que eles vão ensinar para elas?". Ele afirmou que não se tratava de religião, e declarou que há homossexuais entre os fiéis de sua igreja. De acordo com o legislador, "nós somos a favor da família".

Redação O POVO Online
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