No momento em que o governo começa a liberar os cargos de segundo escalão para os partidos da base aliada, o PMDB da Câmara dos Deputados anunciou que vai apoiar a votação da Medida Provisória (MP) 664, que torna mais rígida as normas para o pagamento da pensão por morte. "O PMDB não está vinculando votação de matéria a pleitos de participação no governo", declarou o líder da bancada, Leonardo Picciani (RJ).

A distribuição de cargos no governo foi um dos temas da reunião que durou quase duas horas nesta tarde. Alguns parlamentares demonstraram desconforto com a repercussão negativa do assunto, como o deputado paulista Baleia Rossi. "Parece que é um balcão de negócios", comentou o parlamentar durante a reunião. Picciani respondeu que muitos parlamentares tinham seus pleitos, mas que no pacote de ajuste fiscal o partido não negociou cargos.

Picciani disse não acreditar que as sinalizações do governo ao PTB e ao PP possam interferir na votação da 664. Ele, no entanto, reclamou da demora do Palácio do Planalto em atender as demandas dos aliados. "Já deveria ter resolvido desde o início do governo", opinou.

Parte da bancada chegou a sugerir na reunião que a MP 664 fosse votada só na próxima semana, mas Picciani alegou que já havia assumido compromisso de apreciar a proposta nesta semana. O líder peemedebista disse que a bancada entende que o ajuste fiscal é um "remédio amargo" mas necessário para o País.