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Mulher de venezuelano acusado de golpe contra Maduro pede audiência no Planalto

20:05 | 06/05/2015
Mitzy Capriles, esposa do prefeito de Caracas, Antonio Ledezma - preso desde fevereiro sob a acusação de articular um golpe de Estado com ajuda dos Estados Unidos contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro -, protocolou nesta quarta-feira, 6, um pedido de audiência no Palácio do Planalto. Ela tenta um encontro com a presidente Dilma Rousseff para pedir apoio à campanha internacional que tem mobilizado para libertar o marido. "Enviamos uma comunicação à presidente Dilma, com todo respeito, pedindo que ela nos receba", disse.

Essa afirmou ainda que confiava no encontro tendo em vista "o passado e tudo que Dilma viveu" quando foi presa política da Ditadura Militar no Brasil. "Estamos no Brasil buscando solidariedade e apoio de um povo irmão", afirmou. "Necessitamos da solidariedade do povo brasileiro", observou.

O Palácio do Planalto informou que o pedido foi recebido por Dilma, mas que a presidente ainda não despachou sobre o tema em razão da agenda agitada desta quarta-feira. A presidente acompanha a votação da Medida Provisória 665, uma das MPs do ajuste fiscal.

Mitzy também solicitou audiência com o vice-presidente Michel Temer, que confirmou o pedido, mas ainda não confirmou se a receberá. A mulher do político de oposição ao regime chavista de Maduro tenta ainda um encontro com o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, que afirmou não ter sido procurado até o momento.

A mulher do prefeito de Caracas deu uma rápida entrevista em um hotel em Brasília, ao lado da filha, que também se chama Mitzy, na qual disse que busca o apoio das "máximas autoridades" brasileiras para ajudar seu marido. Ledezma cumpre prisão domiciliar desde que passou por uma cirurgia de hérnia no final de abril. "Na Venezuela estamos sofrendo por pensar diferente (do governo)", disse.

Em sua campanha por apoio aos presos políticos, Mitzy esteve com o ex-presidente e ex-senador José Sarney (PMDB), a quem classificou como "estadista". "A posição dele (Sarney) foi absolutamente democrática. Recebemos dele um apoio solidário e firme", disse.

Pouco antes do encontro com Sarney, a esposa de Ledezma esteve com o senador José Serra (PSDB-SP), que cobrou de Dilma uma audiência com Mitzy. "Se houvesse mais inteligência política, eu não tenho dúvidas de que o governo deveria pelo menos receber as famílias de opositores presos", disse o tucano.

A agenda da venezuelana tem se concentrado em encontros com a oposição. Ela também esteve com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. A mulher de Ledezma pediu encontro com o PT, no que ainda não foi atendida.

Nessa quinta-feira, 7, às 10h, Mitzy participa de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores do Senado para discutir violações aos direitos humanos e a prisão política de políticos oposicionistas ao governo Maduro.

A audiência foi convocada pelo senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP) e contará também com a participação de Lilian Tintori, mulher de Leopoldo López, líder do partido Vontade Popular e um dos presos políticos.

Elas também pretendem ir ao plenário da Câmara dos Deputados, onde esperam conversar com parlamentares e com o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-AL). Está previsto também um encontro com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL).

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