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Governador de MG defende ajuste e diz que nem tudo é culpa do governo

17:15 | 12/05/2015
O governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), correligionário da presidente Dilma Rousseff, defendeu o ajuste econômico do governo federal em discurso a empresários na capital paulista. Ele afirmou que é um desafio que o País tem de enfrentar, "independentemente de partido".

"Evidente que a situação brasileira não é a que queríamos, ideal. O momento é delicado, econômico, político", admitiu Pimentel. Ele argumentou que o País precisa trabalhar conjuntamente para alcançar uma "economia em outro patamar". "O governo está buscando fazer seu ajuste necessário e indispensável, nós temos que torcer e tentar ajudar", afirmou, em defesa da proposta da equipe comandada por Joaquim Levy (Fazenda).

O governador, que tem sido alvo de protestos em seu Estado na esteira da queda de popularidade da presidente, disse aos empresários em evento promovido pela revista Exame que no Brasil se tem a "mania" de dizer que todos os problemas são culpa do governo e que isso não é verdadeiro nem produtivo.

Além do desafio econômico, o governador apontou o desafio de melhorar instituições e procedimentos de governança. Citou as investigações da Lava Jato, que apura um esquema bilionário de corrupção na Petrobras, como um exemplo da necessidade de "rever o modelo político brasileiro". Sobre a crise política, Pimentel procurou desvincular o cenário de uma questão partidária, apontando haver um modelo que precisa ser revisto.

O governador defendeu, que quando se foca na questão partidária, pode-se ter a impressão de "que tal partido é uma quadrilha de malfeitores", em referência ao seu partido, o PT. A legenda tem dito ser vítima de um processo de criminalização em meio aos escândalos de corrupção.

Ainda sobre o desafio institucional, Pimentel defendeu que o País precisa trabalhar para buscar estruturas mais equilibradas. Pediu para a imprensa que acompanha o evento relevar sua fala, mas afirmou que é problemático ter um ambiente no qual um juiz de primeira instância - em referência a Sérgio Moro - tem tanto poder. "Não podemos ter um juiz de primeira instância com tanto poder como tem hoje, nem presidente da Câmara (Eduardo Cunha, PMDB-RJ), nem Presidência, que não tenha contrapeso para equilibrar", defendeu.

Pimentel também defendeu agilização de processos burocráticos para destravar investimentos públicos e privados, como licenciamentos ambientais. Deu exemplo que, com efeito de uma greve, a Secretaria de Meio Ambiente do Estado acumulou 2,6 mil processos.

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