Empreiteiro Léo Pinheiro se cala na justiça
"Por orientações dos meus advogados prefiro ficar em silêncio", disse Léo Pinheiro diante do juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato. O interrogatório do ex-presidente e de outros cinco executivos da empreiteira encerra a etapa de oitivas nessa ação penal, que deve ter sentença proferida a partir de junho.
O silêncio de Léo Pinheiro frustrou investigadores que trabalhavam com a hipótese de que ele poderia fazer revelações importantes para a Lava Jato. Preso preventivamente no dia 14 de novembro de 2014, o número 1 da OAS no esquema de corrupção da Petrobrás conquistou o direito no Supremo Tribunal Federal (STF), há uma semana, de cumprir prisão em casa, embora monitorado com tornozeleira eletrônica.
O ex-presidente da OAS é considerado um dos principais nomes entre os executivos alvos da Lava Jato para se apurar o elo do PT, via ex-tesoureiro do partido João Vaccari Neto, com o esquema de corrupção e propina na Petrobrás. A empreiteira foi uma das que teria usado os serviços do doleiro Alberto Youssef - peça central das apurações da Lava Jato - para entrega de dinheiro a Vaccari, por intermédio de sua cunhada Marice Corrêa de Lima. O ex-tesoureiro do PT está preso em Curitiba, desde o mês passado.
Horas antes de Léo Pinheiro ficar frente à frente com o juiz da Lava Jato, sua defesa e a dos demais executivos do grupo OAS apresentaram petição escrita com a versão dos réus. Todos negam qualquer irregularidade e envolvimento no esquema que arrecadava de 1% a 3% em contratos da Petrobras, para os partidos que fatiavam as diretorias da estatal - PT, PMDB e PP.