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'Situação é estarrecedora', diz PSDB sobre transposição

Comissão de 14 deputados federais de oposição visitou trecho da obra no Ceará e criticou morosidade e desperdício de dinheiro público

15:16 | 23/03/2012

Erosão, mato crescendo e tudo parado. Foi isso que viu a comissão de 14 deputados federais de oposição à presidente Dilma Rousseff - a maioria do PSDB - ao visitar nesta sexta-feira, 23, trechos das obras de transposição do Rio São Francisco, em Mauriti, no Cariri cearense,a 600 quilometros da capital. "A situação é estarrecedora; de descaso total. O custo, que era de R$ 4,8 bilhões, foi reajustado para R$ 8,2 bilhões no início deste mês. Só para refazer essa parte que foi danificada pelas constantes paralisações vai se gastar uma fortuna", diz o deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE).

As obras da transposição começaram em 2007. O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva previa inaugurar a obra em 2010. Trata-se de um dos projetos mais caros do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A construção de cerca de 600 quilômetros de canais de concreto que desviarão parte das águas do rio ainda deve consumir mais 45 meses.

No início de fevereiro, a presidente Dilma Rousseff esteve em Mauriti, onde afirmou que os contratos estavam sendo revistos e que os serviços seriam retomados. Ela disse também que novas empresas seriam contratadas para acelerar os trabalhos e consertar trechos que estão danificados. As novas licitações fizeram que o preço da transposição aumentasse mais de R$ 2,6 bilhões.

Gomes de Matos disse que foi feito um "arremedo" onde a presidente esteve e só. "Continua tudo abandonado", informou o deputado tucano.

"Isso comprova o desprestígio dos atuais governantes locais e desconstroi falsas propagandas sobre a transposição", comentou o presidente do PSDB cearense, Marcos Cals, que também acompanhou a visita.

O trecho vistoriado hoje pela oposição integra o eixo Norte do projeto. No local, a comitiva encontrou feitos o aterro e escavações, mas viu o canal tomado pelo mato e ameaçado pela erosão. Alguns moradores disseram que abriram mão de suas plantações de caju porque as propriedades ficavam no traçado do canal. Hoje, eles estão sem fazer nada e sem nenhuma fonte de renda.

Os tucanos informaram ainda que a 100 quilômetros de Mauriti, já no lote 14, em São José das Piranhas, alguns operários ficaram feridos e impedidos de trabalhar por um longo período devido a um desabamento parcial, ocorrido em abril do ano passado. As denúncias foram feitas a eles por ex-operários.

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