Haddad aumenta tom das críticas a Serra e a Kassab
Instado a comentar a versão segundo a qual o PCdoB se afastaria do PT e poderia eventualmente compor com Serra, Haddad afirmou: "Eu não tenho falado com o PCdoB ultimamente. Falei com o Orlando (Silva, ex-ministro) tem uns 15 ou 20 dias. Conhecendo a história do PCdoB e lembrando que talvez o Serra como ministro do Planejamento tenha sido o mais cruel do ponto de vista orçamentário com as universidades públicas federais e, conhecendo a história da luta do PCdoB em defesa das universidades públicas federais, cuja expansão nós patrocinamos, eu duvido que essa informação proceda", respondeu.
Indagado sobre os motivos de Serra ser o mais cruel ministro do Planejamento, Haddad afirmou que o governo do PSDB "privatizou o ensino superior do País". "Foi o maior corte orçamentário. Começou em 1995 o período de arrocho do orçamento ao longo de todo o período plurianual que foi elaborado por ele. O PCdoB sabe disso melhor do que eu porque sentiu na pele. O presidente da UNE à época sentiu na pele o que é ser tratado por um governo que privatizou o ensino superior do País".
O ex-ministro da Educação também disparou contra a administração municipal que, segundo ele, tenta "maquiar" os baixos índices de aprovação com um pacote de obras para a cidade. "Há um desconforto na cidade com os últimos oito anos, mesmo que nos últimos meses se queira maquiar o que está acontecendo. Acho que o prazo é curto para se reverter a percepção que foi-se tendo em oito anos de que o tempo foi em algumas áreas perdido", afirmou.
Sem citar o atual prefeito, criticou o possível afastamento de parte do secretariado municipal. "Essa hipótese do afastamento de cinco secretários municipais é como se houvesse um concurso de vices, em vez de cuidar da cidade até 31 de dezembro. Você exonerar cinco secretários para fazer uma seleção é um descaso com a cidade", avaliou.
Com baixos índices de intenção de voto apontados pelas pesquisas, Haddad jogou para o início do horário eleitoral na televisão e no rádio a alavancagem de sua popularidade. "Entendo que, em uma cidade como São Paulo, o único veículo que te dá condições de ser conhecido é a televisão. Nós infelizmente perdemos esse tempo de TV no primeiro semestre e vamos ter de conviver com essa realidade de que não será nessas visitas (semanais nos bairros) que vai aumentar a exposição das nossas ideias e dos nossos pleitos. Numa sociedade de massas, vamos ter de usar um veículo de massa. Vai ficar para a campanha", considerou.