Ruanda: descoberta de corpos em valas comuns ocorre 24 anos após genocídio
Autoridades ruandenses descobriram neste mês as valas comuns que podem conter milhares de corpos. A descoberta neste mês é significativa para Ruanda, que ainda se recupera do massacre de 1994, que deixou mais de 800 mil mortos em cerca de cem dias.
Estima-se que entre 2 mil e 3 mil pessoas estejam enterradas nas valas. O cálculo é feito com base no número de moradores da área que desapareceram durante o genocídio, explicou Rashid Rwigamba, funcionário da ONG Ibuka, que ampara famílias das vítimas de 1994.
A informação que levou à descoberta veio do dono de um terreno que inicialmente se recusou a responder perguntas sobre as supostas valas comuns até ser ameaçado de prisão, afirmou Rwigamba. Ele contou que casas e banheiros construídos em cima dos túmulos foram demolidos para permitir a busca.
"A investigação está em andamento e identificamos outra casa que suspeitamos ter sido construída num terreno onde vítimas foram enterradas", afirmou. Segundo ele, foram encontrados até corpos de bebês. Até o momento, pelo menos 207 corpos foram exumados de uma vala e 156 de outra, segundo outro funcionário da Ibuka, Theogen Kabagambire.
Ainda não foi definido o que será feito com os corpos ou com o local das escavações. Moradores da região disseram que um bloqueio rodoviário foi montado a poucos metros das valas. As autoridades iniciaram investigações e, segundo Kabagambire, as pessoas que participaram dos assassinatos serão processadas. Fonte: Associated Press.
Agência Estado