Eurodeputada corta próprio cabelo em solidariedade às mulheres iranianas

Abir Alsahlani, eurodeputada sueca de origem iraquiana, cortou o próprio cabelo durante discurso na assembleia da União Europeia realizado nesta quinta-feira, 6, em forma de protesto às ações do governo iraniano. Na fala, Abir pediu por ações mais severas por parte do bloco europeu contra o Irã.

Os protestos iranianos seguem há três semanas e se espalham por 80 cidades, com forte apoio de estudantes universitários e do ensino médio.

O regime endureceu a repressão contra ativistas e artistas, que aderiram contra os protestos do governo e o uso obrigatório do hijab após a morte de Mahsa Amini, aos 22 anos, sob custódia da polícia da moralidade no dia 16 de setembro.

 

“Jin, Jiyan, Azadi” (“mulher, vida e liberdade”) marcaram o pronunciamento da parlamentar. Este é um antigo lema do movimento de independência curda, que exalta o poder das mulheres, e vem sendo replicado por outras pessoas que se solidarizam com a causa nas redes.

“Até que o Irã esteja livre, nossa fúria será maior que a dos opressores. Até que as mulheres iranianas estejam livres, vamos apoiar vocês”, pontuou. Ela também fez duras críticas ao alto-representante do bloco para Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, por não se posicionar contra o regime iraniano.

A eurodeputada clama por menos comunicados à imprensa, murmúrios, e mais posicionamentos e ações. “As mãos do regime dos mulás do Irã estão cheias de sangue. Ninguém na história, nem Alá, vão perdoá-los pelos crimes contra a humanidade”, declarou Alsahlani.

Em resposta, o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, junto aos demais integrantes do governo, vem promovendo “contra manifestações" a favor do regime.