Serviço secreto alemão teme aumento de ataques xenófobos
Poucos dias depois de atentado à candidata à prefeitura de Colônia, BKA alerta que ataques contra políticos e responsáveis por centros de acolhimento de refugiados podem aumentar em meio à crise migratória.
O Departamento Federal de Investigações (BKA, serviço secreto alemão) teme que novos ataques violentos aconteçam na Alemanha em meio à crise de refugiados, revela um documento interno divulgado pelo jornal Süddeutsche Zeitung e pelas emissoras NDR e WDR.
Segundo a análise do BKA, políticos e responsáveis por centros de acolhimento podem se tornar alvo de criminosos que agem por motivações xenófobas. A avaliação foi feita poucos dias depois de a então candidata à prefeitura de Colônia Henriette Reker ter sido vítima de um atentado a faca, no sábado passado. Ela foi eleita para o cargo no domingo.
O BKA afirma que a extrema direita alemã deverá acirrar a agitação social diante da atual política de asilo do governo federal. A cena extremista, que o serviço secreto chama de heterogênea, encontrou nesse tema um consenso ideológico, afirma.
O serviço secreto também não descarta que a extrema direita faça uso de outros meios para impedir a chegada de refugiados, como o bloqueio de trilhos de trem e de rodovias. Pessoas que, pela aparência, possam ser confundidas com um requerente de asilo, também podem ser vítimas de ataques.
Os ataques a abrigos de refugiados continuam aumentando na Alemanha, afirma o BKA. Nos primeiros três trimestres do ano foram registrados 461 atos atribuídos à extrema direita. Isso é mais que o dobro do registrado em todo o ano de 2014.
O BKA afirmou que 228 pessoas foram identificadas, e 14 delas foram responsáveis por dois ou até três ataques. A maioria tem entre 20 e 25 anos, e 167 moram na vizinhança do abrigo atacado. Outros 38 moram a no máximo 20 quilômetros de distância. Mais da metade dos identificados já eram conhecidos da polícia.
Em 42% dos casos, o ataque foi ação de apenas um indivíduo, e em 49%, de um grupo de duas a cinco pessoas. Segundo o serviço secreto, 34% dos suspeitos pertencem à cena de extrema direita da Alemanha.
AS/ots/dpa