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Ex-trabalhador de Fukushima é diagnosticado com câncer

14:02 | 20/10/2015
Homem que trabalhou na central nuclear após acidente em 2011 está com leucemia, possivelmente devido à radiação no local. Médico diz que caso é "apenas a ponta do iceberg". Um homem que trabalhou na central nuclear de Fukushima, no Japão, após o acidente nuclear de 2011, foi diagnosticado com câncer relacionado a radiação, confirmaram autoridades do país nesta terça-feira (20/10). O Ministério da Saúde e do Trabalho disse que o homem será indenizado devido à doença. Segundo o ministério, o funcionário ajudou a colocar coberturas sobre os reatores danificados entre outubro de 2012 e dezembro de 2013. Ele não teria trabalhado em Fukushima nas semanas logo após o terremoto e o tsunami que destruíram a central, em março de 2011, quando os níveis de radiação eram altíssimos. Ainda segundo as autoridades, o homem já havia trabalhado em outras usinas nucleares. Médicos não conseguiram determinar se a exposição à radiação em Fukushima foi a causa direta de sua leucemia, que teria sido, no entanto, o local onde a exposição foi maior, disse um funcionário do ministério sob condição de anonimato. Portanto, não se pode descartar a possibilidade de que o câncer foi um resultado da radiação após o desastre, afirmou. "Essa provavelmente é apenas a ponta do iceberg", disse à agência de notícias AFP o médico Shinzo Kimura, professor de Radiação e Higiene na Universidade de Dokkyo, prevendo o surgimento de outros casos semelhantes. Segundo o especialista, acredita-se que o homem com leucemia tenha sido exposto a uma quantidade "relativamente baixa" de radiação menos do que Tóquio tem considerado como um nível seguro para os moradores da região de Fukushima retornarem a suas casas. Não foram registradas mortes em conexão direta com a radiação emitida durante a catástrofe de 2011, mas vários trabalhadores da usina morreram em consequência de problemas como insolação e ataques cardíacos. Mais de 160 mil pessoas foram deslocadas após o desastre, e grandes áreas ficaram inabitáveis, possivelmente por décadas. Centenas de mortes foram atribuídas ao caos das evacuações durante a crise e ao trauma psicológico após o ocorrido, mas o governo havia excluído a radiação como causa. Desde a o acidente nuclear o pior desde Chernobyl, em 1986 , 45 mil pessoas trabalharam na central em Fukushima para conter vazamentos. Estima-se que a limpeza completa do local custe bilhões de dólares e leve décadas para ser concluída. O governo já recebeu outros dez pedidos de indenização relacionados a Fukushima sete deles foram rejeitados, e outros três ainda estão sendo analisados. LPF/ap/rtr/afp
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