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Biografia revela diferenças de Berlusconi e Sarkozy

Publicado na Itália, livro expõe desavença em meio à governos

18:05 | 15/10/2015
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Silvio Berlusconi chama de "arrogante" e "invejoso" o ex-presidente francês Nicolas Sarkozy na primeira biografia autorizada do ex-primeiro-ministro italiano, que acaba de ser publicada na Itália.

"Político borbulhante com um ego superdimensionado", "caráter napoleônico e perspicaz", "um invejoso da fortuna dos outros" são alguns dos comentários usados pelo magnata italiano ao se referir ex-presidente francês no livro "My way", do jornalista americano Alan Friedman. "Tinha inveja porque eu era rico", afirma Berlusconi, no livro. Ele lembra que, depois do casamento com Carla Bruni, herdeira de uma rica família italiana, Sarkozy lhe disse: "olha, Silvio, agora sou rico como você!".

Uma das histórias que mais irritaram Berlusconi aconteceu após uma cúpula em Bruxelas, no final de outubro de 2011, em meio à desastrosa situação econômica da Itália e às pressões para que ele renunciasse ao cargo. No episódio, o presidente francês se negou a lhe apertar a mão. "Pensei: que idiota! Que arrogante! Ninguém me tratou dessa maneira!", recorda. Mas o que lhe irritou ainda mais foi o "sorriso de cumplicidade", entre Sarkozy e a chanceler alemã, Angela Merkel, quando um jornalista lhes perguntou se acreditavam nas promessas feitas pela Itália para realizar reformas.

[SAIBAMAIS2]O magnata conta ainda que deu muitas joias valiosas, "pagas de seu bolso", à austera chanceler alemã, que "as recebeu feliz". Sarkozy também é um dos protagonistas do longo capítulo sobre o falecido líder líbio Muammar Kadhafi, considerado "amigo" de Berlusconi. O presidente francês começou a "cortejar" o líbio abertamente, inclusive recebendo-o com todas as honras em Paris, em dezembro de 2007.

"Tinha ciúme da minha excelente relação com Kadhafi. Ele se deu conta de que nunca poderia competir comigo para obter novos contratos de petróleo e gás, devido à minha amizade com o coronel", alfinetou Berlusconi.

Para o autor do livro, Berlusconi "tinha um conhecimento maior dos assuntos líbios do que Sarkozy e estava convencido de que entrar em guerra com esse país era uma verdadeira loucura".

AFP 

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