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China revela plano de reforma de empresas estatais

21:10 | 13/09/2015
O presidente da China Xi Jinping colocou em andamento o plano de reforma do inchado setor de empresas públicas do país pouco antes de sua visita aos Estados Unidos em uma tentativa de mostrar que Pequim está comprometida com a mudança ainda que a economia desacelere.

Um plano revelado neste domingo, no entanto, representa um reparo modesto para o modelo chinês de capitalismo estatal. Ele tenta aumentar os retornos das companhias estatais deixando que elas ganhem investidores privados. Ele também busca melhorar a competitividade das companhias estatais fora do país tornando-as maiores, embora isso gere um risco de criar ainda mais ineficiência.

Não foi especificado se as empresas que tiverem performance abaixo do ideal poderão fechar, uma medida que economistas consideram crítica para o sucesso.

O plano reflete a crença de Xi Jinping, segundo autoridades que conhecem sua forma de pensar, de que o setor estatal, em vez de ser coadjuvante, deve ser melhorado e continuar a ter um papel central na economia chinesa.

"Ele nunca teve a intenção de enfraquecer o papel do Estado na economia e o plano reflete isso", afirmou um auxiliar do governo.

A luta do governo chinês é por manter o crescimento enquanto tenta impulsionar reformas que poderiam comprimir a economia no curto prazo. Muitas das grandes estatais são indústrias que sofreram com persistente excesso de capacidade, como companhias de aço e mineração, e muitas delas estão acumulando crédito e recursos em detrimento do interesse de companhias privadas e consumidores.

Neste domingo, indicadores mostraram que a produção industrial e os investimentos em ativos fixos ficaram aquém do esperado em Agosto, realçando o crescente desafio para o governo alcançar sua meta de 7% de crescimento no ano.

Discordância entre agências do governo envolvidas no desenho da reforma das companhias estatais levaram a atrasos e revisões por diversas vezes, afirmaram pessoas com conhecimento do processo.

O projeto foi divulgado em conjunto pelo Partido Comunista e o Conselho de Estado do país neste domingo. Ainda que o plano peça maior participação privada em empresas estatais, ele ainda enfatiza o papel do Partido Comunista no controle das companhias.

Um plano amplo já divulgado será seguido de mais detalhes a serem tornados públicos por várias agências do governo, afirmam autoridades. O plano não oferece nenhum prazo para as reformas, mas diz que "resultados decisivos" devem ser atingidos até 2020.

Ao desenharem o plano, autoridades se inspiraram na holding de Cingapura para empresas estatais, a Temasek Holdings, afirmaram pessoas próximas ao governo. No modelo da Temasek, o governo se definiria como um 'stakeholder', recebendo dividendos, mas permitindo que a adimistração do dia a dia das companhias fosse feita por gestores profissionais.

O plano revelado este domingo, porém, não equivale completamente ao modelo da Temasek, em parte por conta de forte oposição de algumas forças do governo. Embora a proposta contemple maior supervisão das companhias estatais por conselhos de administração, o governo continuará a indicar os gestores das empresas.

O documento não especifica quais indústrias vão ser alvo de consolidação, mas pessoas com conhecimento do pensamento do governo listaram energia e telecomunicações como setores nos quais se espera fusões. As companhias consolidadas poderiam então ser reorganizadas como firmas de investimento em ativos, com um mandato que garantisse que elas funcionassem mais como operações comerciais do que como braços do governo. A alta gestão estaria sob ordens para maximizar retornos e preparar muitas das companhias para listagem no mercado de ações. Fonte: Dow Jones Newswires.

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