
Depois de premiê húngaro, Viktor Orbán, ter dito que não vai mais receber requerentes de asilo, migrantes poderão futuramente passar pela Eslovênia. Líder austríaco compara atitude de Orbán com política racial nazista.
Em entrevista à revista Der Spiegel, o chanceler federal austríaco, Werner Faymann, comparou a política do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, na crise migratória com a política racial nazista. "Diferenciar direitos humanos segundo a religião é insuportável", disse o político social-democrata à revista alemã. "Colocar refugiados em trens, acreditando que vão viajar para outro lugar, evoca lembranças do período mais negro do nosso continente".
Neste sábado (12/09), a Áustria anunciou que irá se preparar para uma nova rota de refugiados, se o governo húngaro der prosseguimento à sua política antimigratória. "Há naturalmente a possibilidade de que a Hungria seja contornada", declarou o porta-voz do Ministério do Interior em Viena.
Futuramente, os migrantes poderiam usar a Eslovênia como rota para chegar à Áustria. Até agora, a maioria dos refugiados tentou chegar à Europa Ocidental pela rota dos Bálcãs, passando pela Hungria.
Para organizações de direitos humanos e diversos políticos na Europa, a forma de agir do primeiro-ministro conservador da Hungria é uma pedra no sapato. Desde a crise de refugiados, o país tornou-se foco de críticas.
Mas o político de 52 anos se mantém fiel à sua política de linha-dura. Orbán declarou ao jornal alemão Bild que, futuramente, a Hungria pretende enviar de volta os requerentes de asilo. "Estes migrantes não vêm de zonas de guerra, mas de abrigos localizados em países vizinhos da Síria", declarou Orbán, ressaltando que "ali eles estavam em segurança."
Críticas a Berlim
O chefe de governo húngaro criticou mais uma vez a decisão do governo em Berlim de permitir a entrada na Alemanha de migrantes que estão retidos em seu país. "Esse anúncio desencadeou uma revolta entre os húngaros", afirmou o primeiro-ministro. Segundo ele, os refugiados teriam fugido de seus abrigos e teriam atacado policiais.
"Eles se recusam a se registrar, como prescreve a legislação da União Europeia", alegou Orbán. De acordo com o premiê, anteriormente o seu país tinha a situação sobre controle, mas depois do anúncio do governo alemão de revogar temporariamente as leis europeias, o caos teria se instaurado na Hungria.
Orbán anunciou ainda que irá apresentar um plano próprio para solucionar a crise de refugiados no próximo encontro de cúpula da União Europeia. Entre os pontos da proposta está o apoio financeiro maciço para Estados vizinhos da Síria Turquia, Líbano e Jordânia.
CA/rtr/afp/dpa