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Oposição nacionalista rejeita coalizão com governo turco

20:17 | 17/08/2015
Devlet Bahceli (à esquerda) e Ahmet Davutoglu (à direita) se reuniram por mais de duas horasNegociações para formação de governo entre o partido do presidente Erdogan e a oposição nacionalista fracassam e abrem possibilidade para novas eleições na Turquia. A oposição nacionalista na Turquia rejeitou nesta segunda-feira (17/08) formar uma coalizão com o Partido pela Justiça e Desenvolvimento (AKP), do presidente Recep Tayyip Erdogan. O gesto frustra as tentativas de Ancara de acabar com o cenário de impasse político no país desde as últimas eleições legislativas em junho, quando o governo perdeu a maioria absoluta no parlamento. Depois de se reunir com Devlet Bahceli, líder do Partido do Movimento Nacionalista (MHP, na sigla em turco), o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu afirmou que os dois lados não foram capazes de chegar a um consenso. "Não foi possível concretizar nenhuma das opções que eu tinha em mente durante a reunião de hoje com Bahceli", afirmou o premiê. "O atual estado das coisas não aponta para a possibilidade de uma coalizão." Em comunicado, o líder dos nacionalistas afirmou que a probabilidade de formação de uma coalizão "diminuiu significamente". "A Turquia enfrenta uma repetição das eleições de 7 de junho", disse Bahceli. O político ressaltou que o partido nacionalista não vê uma nova eleição "de forma positiva." Diante do fracasso das negociações com o AKP, o premiê turco afirmou que vai consultar lideranças do seu partido e o presidente Erdogan sobre os próximos passos a serem tomados. Novas eleições A ruptura no diálogo com os nacionalistas turcos aumenta as chances de criação de um gabinete interino multipartidário e a realização de novas eleições em novembro. O prazo de 45 dias para a formação da coalizão de governo expira no domingo (23/08). Caso o prazo não seja cumprido, Erdogan poderia dissolver o gabinete de Davutoglu e convocar um novo pleito, como previsto na constituição turca. Até a realização das eleições, o poder seria compartilhado entre os quatro partidos representados no parlamento. Segundo altos membros do AKP, os nacionalistas rejeitam esse cenário diante da possibilidade de o partido pró-curdo HDP (Partido Democrático do Povo) alcançar assentos no parlamento. O impasse ocorre em meio aos ataques da Turquia contra extremistas do grupo "Estado Islâmico" (EI) e militantes curdos do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK). KG/rtr/dpa
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