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Aluna chinesa denuncia livros que chamam homossexualidade de "desordem mental"

A universitária, cuja identidade é protegida pelo pseudônimo de Qiu Bai, percebeu a recorrência do conceito quando procurou entender a própria sexualidade

17:23 | 20/08/2015
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Uma universitária de 21 anos da província de Cantão, no sul da China, entrou com uma ação contra o Ministério da Educação do País (MOE, na sigla em inglês) após perceber que quase todos os livros de psiquiatria e psicologia de uma biblioteca definiam a homossexualidade como uma "desordem a ser tratada".

Algumas obras chegavam a mencionar, inclusive, que a "doença" poderia ser curada por meio de um tratamento com descargas elétricas.

A chinesa, cuja identidade é protegida pelo pseudônimo de Qiu Bai, percebeu a recorrência de conceito que "demonizava os gays" quando procurou entender a própria sexualidade, em uma biblioteca da universidade de Sun Yat-Sen, conforme publicou a agência oficial Xinhua.

A jovem, que se disse "horrorizada" com a bibliografia da instituição, chegou a solicitar ao MOE esclarecimentos sobre regulações existentes para supervisionar tais conteúdos, porém não obteve resposta.
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A partir de então, ela decidiu apresentar uma denúncia contra o Ministério em um tribunal de Pequim. Conforme noticiou a rede de televisão americana CNN, a justiça chinesa já aceitou o caso.  

"Os homossexuais já estão sob grande pressão. Um estigma a mais proveniente dos livros de texto pode causar um grande dano. O MOE deveria cumprir com sua obrigação de supervisionar estes conteúdos", critica Qiu, que também afirma que, independente de ganhar ou perder a causa, "o que importa é que o Ministério da Educação terá de responder sobre os livros”.

A China removeu a homossexualidade da lista de doenças mentais para tratamento clínico em 2001 e a despenalizou em 1997, mas o tema persiste como um tabu para boa parte da sociedade.

 

Redação O POVO Online
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