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Parlamento grego aprova reformas em troca de programa de regaste

21:23 | 15/07/2015
Aprovação conta com apoio da oposição e resistência do governo. Tsipras afirma que não concorda com medidas de austeridade exigidas por credores, mas diz que elas são única alternativa. Com 229 votos a favor, 64 contra e seis abstenções, o Parlamento grego aprovou nesta quarta-feira (15/07) o primeiro pacote de medidas de austeridade exigido pelos países da zona do euro em troca de um terceiro programa de regaste à Grécia. Mas apesar da vitória, o primeiro-ministro Alexis Tsipras sofreu uma derrota dentro de seu próprio partido. Mais da metade dos votos contrários e abstenções, ou seja, 38, vieram da bancada do Syriza. Entre os parlamentares que votaram contra as reformas está o ex-ministro grego das Finanças Yanis Varoufakis, o atual ministro de Energia Panagiotis Lafazanis, e a presidente do Parlamento Zoe Constantopoulou. A medida foi aprovada graças ao apoio da oposição. No fim da sessão, Lafazanis disse que renunciará ao cargo se Tsipras quiser. "Nós somos parlamentares do governo, e o apoiamos incondicionalmente. Nós apoiamos Syriza no governo e apoiamos o primeiro-ministro. Mas nós não apoiamos o acordo", disse o ministro, acrescentando que não acredita que a situação exija novas eleições. "Não acredito nelas" Antes da votação, Tsipras fez um apelo aos parlamentares para aprovação do projeto de lei. O primeiro-ministro disse que não concordava com grande parte das reformas, mas não havia alternativa. "Eu não acredito nelas, mas nós somos forçados a adotá-las", disse Tsipras, ressaltando que não iria fugir às suas responsabilidades e promoveria reformas políticas e sociais, além de combater a corrupção. "Nós não vamos desistir do nosso compromisso de lutar pelos direitos dos trabalhadores", afirmou. A aprovação do pacote de reformas era uma das condições exigidas pelos credores gregos para a continuação das negociações sobre um novo empréstimo à Atenas. O projeto de lei, apresentado na terça-feira ao Parlamento, foi montado com base nas demandas dos credores, após a reunião de cúpula decisiva da zona do euro, na qual um acordo preliminar foi definido. Protestos violentos Do lado de fora do Parlamento, na praça Sintagma, milhares pessoas protestaram contra as medidas de austeridade previstas no acordo. A manifestação foi marcada pela violência. Alguns manifestantes atiraram pedras e coquetéis molotov contra policiais. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo e jatos d'água. Centenas de pessoas correram em várias de direções. Latas de lixo e um carro de uma emissora de televisão foram incendiados. Segundo autoridades, cerca de 30 pessoas foram detidas. A confusão começou após uma série de marchas pacíficas organizadas na capital que reuniram milhares de pessoas para protestar contras as reformas pedidas pelos credores. Esse foi o protesto mais violento dos últimos dois anos no país. Também como uma forma de mostrar a insatisfação com o acordo fechado com os credores gregos, farmacêuticos e funcionários públicos iniciaram uma greve de 24 horas em todo país. CN/rtr/afp
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