O Irã e as potências mundiais conseguiram fechar, hoje em Viena, um acordo sobre o programa nuclear iraniano. Pelo acordo, o Irã deverá revisitar seu trabalho nuclear no passado para poder garantir que a primeira leva de sanções seja levantada nos próximos meses. A AIEA, que é um órgão autônomo das Organização das Nações Unidas (ONU), e Teerã pretendem concluir as discussões até o fim do ano.

"Este é um importante passo no sentido de esclarecer questões pendentes em relação ao programa nuclear do Irã", afirmou o diretor-geral da AIEA, Yukiya Amano, depois de assinar o acordo com Ali Akbar Salehi, chefe da agência de energia atômica iraniana.

O Irã vai entregar até 15 de agosto as respostas a uma série de perguntas que a AIEA tem sobre o passado do Irã e atividades nucleares atuais, contidas em relatório divulgado em novembro de 2011. Na ocasião, o documento mostrou preocupações do Ocidente de que Teerã poderia estar desenvolvendo um programa de armas nucleares.

Os iranianos também tomarão medidas não especificadas para tentar desfazer temores da AIEA em relação à instalação militar de Parchin, onde Teerã teria conduzido experimentos com explosivos que poderiam ser usados para detonar uma ogiva nuclear. Segundo a AIEA, o Irã há tempos se recusa a dar a seus inspetores acesso à instalação. Além disso, os iranianos teriam feito modificações no local, diz a agência.

Após receber as respostas, a AIEA terá até 15 de setembro para avaliá-las e fazer outros possíveis questionamentos. Em seguida, a agência fará reuniões em Teerã e implementará uma série de medidas técnicas com o intuito de finalmente resolver todas as questões pendentes até 15 de outubro, segundo o acordo. A AIEA não explicou que medidas seriam essas.

Uma vez que todos esses procedimentos forem concluídos, Amano vai submeter, até 15 de dezembro, uma avaliação final sobre o passado nuclear do Irã ao conselho de diretores da agência. Fonte: Dow Jones Newswires.