Eurozona não descarta saída temporária da Grécia da zona do euro
"Caso não aconteça um acordo, devem ser oferecidas à Grécia rápidas negociações para uma saída temporária da zona do euro"
Os países da zona do euro não descartam uma saída temporária da Grécia, segundo um projeto dos ministros das Finanças, que avalia entre 82 e 86 bilhões de euros o montante que o país precisa para um terceiro resgate.
"Caso não aconteça um acordo, devem ser oferecidas à Grécia rápidas negociações para uma saída temporária da zona do euro, com a possibilidade de uma reestruturação da dívida", afirma o último parágrafo do documento. A proposta, como outras deste documento de quatro páginas, está entre colchetes, indicando que não é definitiva.
O texto foi transmitido aos 19 chefes de Estado e de governo da zona, que estão reunidos em uma cúpula em Bruxelas desde o início da tarde.
Uma das propostas dos ministros para "reconstruir a confiança" é que o Parlamento grego aprove "até 15 de julho" as novas reformas, ou seja, em três dias.
Entre as exigências ao governo de Atenas, o Eurogrupo pede uma reforma ambiciosa das aposentadorias, a abertura de lojas aos domingos, a liberalização de farmácias e de outros setores, como o energético, assim como novas privatizações.
O texto destaca a importância de que o Fundo Monetário Internacional forme parte das instituições credoras e também pede uma lei que garanta a independência do escritório de estatísticas (Elstat). Em relação à enorme dívida grega, o texto descarta um perdão, mas abre a possibilidade de uma reestruturação.
"Há sérias preocupações sobre a sustentabilidade da dívida", reconhece o documento, evocando a possibilidade de medidas adicionais para aliviá-la, como alongar os prazos.
O Eurogrupo também exige o direito de supervisionar a legislação em temas chave, antes inclusive de que as leis tenham sido submetidas ao Parlamento ou a uma consulta.
"O governo (grego) deverá consultar e acordar com as instituições todos os projetos de lei em áreas relevantes, antes de submetê-las a consulta pública ou ao Parlamento", afirma o texto.
A possibilidade de negociar um novo resgate só seria aberta após o cumprimento d todas estas condições.
AFP