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Cientistas ligam calor na Europa a mudanças climáticas

13:54 | 03/07/2015
Análise indica que onda de calor como a atual é cada vez mais frequente no continente. Segundo a ONU, países estão mais bem preparados para lidar com fenômeno do que em 2003, quando 70 mil morreram. De Portugal à Polônia, as temperaturas subiram vertiginosamente nesta semana na Europa com a chegada de uma massa de ar vinda do Saara. Pesquisadores afirmam ser "praticamente certo" que as mudanças climáticas estão aumentando a probabilidade de ondas de calor dessas proporções no continente. Uma análise divulgada nesta sexta-feira (03/07) por especialistas de universidades, serviços meteorológicos e instituições de pesquisa aponta que o tipo de onda de calor que atinge a Europa nesta semana definida como um período de três dias de calor excessivo é cada vez mais frequente no continente. Em Mannheim, na Alemanha, por exemplo, uma onda de calor como a dos últimos dias teria sido um evento único no século 20, mas hoje a probabilidade é de que se repita a cada 15 anos. Já em De Bilt, na Holanda, uma onda de calor como a atual aconteceria em média a cada 30 anos no século 20, enquanto agora deve ocorrer a cada três anos e meio, segundo os cientistas. A análise sobre a atual onda de calor, focada em cinco cidades europeias, é parte do programa World Weather Attribution, liderado pela Climate Central, organização de jornalismo científico baseada na Europa, e apoiada por cientistas e instituições mundo afora, incluindo as universidades de Oxford e Melbourne. O objetivo do programa é usar dados para mostrar como alterações nos padrões de clima estão ligadas às mudanças climáticas. Continente mais bem preparado Segundo a Organização Meteorológica Mundial, uma agência da ONU, a Europa tem hoje mais condições de lidar com a onda de calor que no passado. Segundo a porta-voz Clare Nullis, o continente está "muito mais bem preparado" do que em 2003, quando uma onda de calor deixou cerca de 70 mil pessoas mortas, sendo grande parte deles idosos na França. Agora, a maioria dos países tem sistemas de alerta para o calor, como o emitido pelo Serviço Meteorológico Alemão (DWD). As autoridades francesas estão encorajando desabrigados a usar chuveiros públicos, e na Holanda, apresentadores de TV dão dicas de como enfrentar as temperaturas elevadas. Nos últimos dias, algumas cidades europeias já registraram temperaturas perto ou acima dos 40 graus Celsius, e o calor deve continuar no fim de semana. Londres registrou o dia mais quente do mês de julho de todos os tempos nesta quarta-feira, quando a máxima chegou a 36,7 graus Celsius. Na Alemanha, há previsões de que os termômetros superem neste sábado a marca recorde, de 40,2 graus Celsius registrada no país tanto em 1983 quanto em 2003. Algumas consequências do calor sentidas no país são problemas circulatórios, enfrentados sobretudo pelos idosos, panes no ar condicionado de trens e ameaça de falta d'água. Segundo cientistas, os períodos de calor têm aumentado na Alemanha desde os anos 1990, e as temperaturas máximas estão subindo. LPF/rtr/dpa/ap
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