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Preso americano que passou 43 anos em isolamento permanece detido

Ele é o último integrante do grupo conhecido como "Angola 3" que permanece preso

06:32 | 10/06/2015

Um preso americano que passou 43 anos em isolamento que teve a libertação determinada na segunda-feira, 8, por um juiz terá que esperar mais um pouco na penitenciária, depois que a promotoria recorreu contra a decisão judicial.

Albert Woodfox, 68 anos e ex-militante do movimento Panteras Negras (Black Panthers), tem o recorde de anos passados em isolamento em uma prisão americana, apesar de sua condenação, por um assassinato que ele sempre negou, ter sido revogada duas vezes.

O juiz federal James Brady ordenou na segunda-feira a libertação imediata e incondicional de Woodfox, mas um promotor do estado da Louisiana recorreu da decisão e Woodfox deve permanecer na prisão pelo menos até sexta-feira.

Woodfox foi colocado em isolamento, ao lado de outros dois presos, pelo assassinato de um guarda durante uma rebelião na penitenciária de Angola (Louisiana) em 1972.

Ele é o último integrante do grupo conhecido como "Angola 3" que permanece preso. Herman Wallace morreu de câncer em 2013, poucos meses de pois de sua libertação, e Robert King saiu da prisão em 2001.

Os três integravam os 'Black Panthers', um movimento radical que lutou, algumas vezes de forma violenta, contra a discriminação racial nos anos 1960 e 1970.

Woodfox sempre alegou inocência e cita uma testemunha que afirma que ele não participou no assassinato, assim como os exames científicos que o absolveram e um teste de polígrafo que confirmou a veracidade de suas palavras.

"Algumas provas que respaldam as afirmações de Woodfox sobre sua inocência dão a este tribunal ainda mais motivos para questionar as duas condenações anteriores", declarou o juiz Brady.

A organização de defesa dos direitos humanos Anistia Internacional, que defendeu a causa dos três homens durante anos, celebrou a decisão de libertar Woodfox em um comunicado.

Em novembro do ano passado, um tribunal de apelação já havia ordenado a libertação de Woodfox, mas a decisão foi revogada em fevereiro por uma decisão federal.

Brady alegou "circunstâncias excepcionais" para justificar uma libertação imediata e incondicional de Woodfox, entre elas sua idade, os problemas de saúde, os danos provocados por mais de 40 anos em isolamento e o fato de ter sido julgado duas vezes por um crime ocorrido em 1972.

AFP

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