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Parada gay em Kiev termina em violência

16:00 | 06/06/2015
Ao menos dez pessoas saem feridas durante ataque de ultranacionalistas ao protesto na capital ucraniana. Motivo de grande debate público, evento é o segundo do tipo na Ucrânia desde o fim da URSS. Ao menos dez pessoas ficaram feridas neste sábado (06/06) numa rara parada do orgulho gay em Kiev. Apesar das ameaças da cena de extrema direita, 200 pessoas participaram da marcha, sob forte escolta policial. Membros da cena ultranacionalista, no entanto, tentaram dissolver a passeata, com bastões e morteiros. Houve choques entre manifestantes e polícia. Cinco policiais, um deles em estado grave, estão entre os feridos. Segundo um comunicado da polícia, 25 nacionalistas de extrema direita a maioria encapuzada foram detidos para interrogatórios. Por razões de segurança, a marcha estava prevista para durar somente dez minutos. O evento foi o segundo do tipo na Ucrânia pós-soviética e foi motivo de grande debate público. Apoiadores da organização de direita Pravy Sektor haviam anunciado que obstruiriam a manifestação na defesa de valores mais conservadores. Mesmo assim, ativistas foram à passeata, apesar de terem sido informados apenas poucas horas antes do local da manifestação pelos organizadores. "Esta marcha mostra que existimos. Estamos lutando por direitos que sentimos falta, diferentemente de outras pessoas na Ucrânia", afirmou uma manifestante de 31 anos, que preferiu não se identificar. Na noite anterior à marcha, o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, expressou seu total apoio aos manifestantes, mas afirmou que não iria participar da manifestação. "Eu não vou participar", disse Poroshenko. "Mas não vejo nenhum motivo para alguém tentar perturbá-la, já que se trata de um direito constitucional de todo cidadão ucraniano." A Anistia Internacional saudou a realização da parada: "O fato de a marcha ter sido realizada como se planejou significa que a Ucrânia avançou um passo importante. Mas as autoridades ucranianas deveriam ter feito mais para evitar os ataques contra os manifestantes." CA/dpa/afp
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