Os Estados Unidos não estão curados do racismo, diz Obama em Podcast
Obama afirmou que os EUA não superaram seu histórico de racismo. "Nós não estamos curados do racismo", disse. "E não é só uma questão de não ser politicamente correto dizer 'nigger' em público. Essa não é a medida para saber se o racismo existe ou não. Não é só uma questão de óbvia discriminação. As sociedades não apagam, de um dia para o outro, tudo o que aconteceu nos últimos 200 a 300 anos", comentou.
O presidente norte-americano disse que as atitudes em relação ao racismo melhoraram significativamente desde que ele nasceu, de uma mãe branca e um pai negro, e que o legado da escravidão "é uma longa sombra que ainda faz parte do nosso DNA".
Obama também expressou frustração em relação a política de porte de armas nos EUA. "O poder da NRA (Associação Nacional de Armas) no Congresso é extremamente forte" e impediu que o controle de porte de armas avançasse na pauta mesmo após o tiroteio em uma escola primária em Connecticut, em 2012, que matou 20 crianças de seis anos e seis professores.
"Eu tenho de falar, após o que ocorreu em Sandy Hook, quando 20 crianças de seis anos foram assassinadas por uma arma e o Congresso não fez literalmente nada - sim, isso foi o mais perto que já estive de me sentir enojado", disse o presidente norte-americano. "Eu fiquei muito enojado".
Obama afirmou que é importante respeitar que a caça esportiva é relevante para muitos portadores de armas nos EUA. "A questão é descobrir uma maneira de acomodar essa tradição legítima com algum senso comum que previna um jovem de 21 anos que está bravo ou confuso com alguma coisa, ou é racista, e, de repente, entra em uma loja de armas e pode causar um grande mal", disse.
Com a chegada da campanha eleitoral para a presidência do país, cargo no qual será substituído, Obama declarou que seria um candidato melhor se fosse concorrer novamente, porque "eu sei o que eu estou fazendo e sou destemido". Fonte: Associated Press.