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Irã e P5+1 retomam negociações em torno do acordo nuclear

12:40 | 22/06/2015
Dias antes do término das negociações, ministros das Relações Exteriores da Europa e do Irã retomaram o diálogo nesta segunda-feira com o objetivo de concluir o histórico acordo rascunhado em abril.

O ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Philip Hammond, pediu que o Irã mostre maior flexibilidade nas negociações com o grupo P5+1 (EUA, China, Rússia, Grã-Bretanha, França e Alemanha), reconhecendo que as discussões podem se estender para além da "próxima semana". O prazo para um acordo definitivo se encerra em 30 de junho.

Hammond e seus homólogos da França, Laurent Fabius, da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, e da União Europeia, Federica Mogherini, se encontram com o chanceler iraniano, Javad Zarif, nesta segunda-feira em Luxemburgo, na sequência de uma reunião de ministros das Relações Exteriores da União Europeia.

"Haverá a necessidade de nossos parceiros iranianos mostrarem um pouco mais de flexibilidade para chegarmos a um acordo", afirmou Hammond. "Então eu acho que as negociações estão ficando cada vez mais sólidas e durante a próxima semana, ou próximos dias, vamos começar a ver algum progresso real."

Os dois lados têm como objetivo o aperfeiçoamento, até 30 de junho, de um acordo prévio assinado em 2 de abril, na cidade francesa de Lausanne. As potências internacionais estão dispostas a acabar com as sanções econômicas ao Irã se o país se comprometer a dar acesso às instalações nucleares.

O acordo prevê ainda o acompanhamento por uma décadas do programa nuclear iraniano. Depois de passados esses 10 anos, Teerã passará, gradualmente, a ter mais autonomia sobre a manipulação de urânio.

Funcionários de ambos os lados têm apontando para várias questões ainda em aberto, incluindo o acesso de inspetores da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) às instalações militares do Irã.

Negociadores dos EUA e de outros países ocidentais têm dito repetidamente que o Irã deve implementar o chamado Protocolo Adicional além do acordo nuclear final. Esse protocolo permite que a AIEA acesse qualquer instalação se houver a suspeita de que Teerã esteja desenvolvendo armas nucleares. Diplomatas iranianos sinalizaram que podem aceitar a aplicação deste protocolo.

No entanto, no final de semana, o Parlamento do Irã aprovou uma lei que proíbe as inspeções das instalações militares não nucleares e impede o acesso a cientistas e documentos nucleares, ecoando demandas do líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei. Ao mesmo tempo, os legisladores passaram a palavra definitiva sobre o acordo nuclear ao Conselho Nacional Supremo, um corpo consultivo sobre o qual Khamenei tem o controle final.

Steinmeir pediu que o Irã não mude de posição sobre o acordo assinado em 2 de abril. "Espero que o lado iraniano se mantenha próximo aos pontos-chave acordados em Lausanne e que o país mantenha sua estratégia de negociação."

Já Fabius, que tem se mostrado o mais inflexível entre os chanceleres do P5+1, advertiu na semana passada que o resultado das conversações "ainda não está claro". Ele teve um encontro pessoal com Zarif nesta segunda-feira, no qual cobrou o acesso às instalações militares.

Mostrando-se mais otimista, Zarif à TV iraniana que todos os lados das negociações nucleares devem evitar demandas "excessivas". Ele notou algumas diferenças em questões políticas e técnicas. Fontes: Dow Jones Newswires e Associated Press.

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