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Greve afeta transporte e coleta de lixo na Argentina

16:23 | 09/06/2015
Sindicatos de oposição pedem aumento salarial e redução de impostos. Governo afirma que paralisação tem motivação política. Voos do Brasil para Buenos Aires são cancelados. A quatro meses da eleição presidencial, uma greve geral convocada por sindicatos opositores ao governo da presidente Cristina Kirchner afetou nesta terça-feira (09/06) o transporte e diversos setores da economia na Argentina. Os trabalhadores exigem aumentos salariais e cobram a atualização da tabela do impostos cobrados sobre os salários. Essa é a segunda paralisação desde março no país. O governo rejeitou as exigências dos grevistas e afirmou que o protesto promovido por sindicatos de oposição em um ano de eleição é de cunho meramente político. "É uma greve política com objetivos claros de criar esse tipo de confusão. Impede a movimentação de quem quer ir trabalhar, que é a grande maioria da população", afirmou o chefe de gabinete da presidência, Aníbal Fernández. A greve de 24 horas afetou principalmente os serviços de transporte público e trens, que amanheceram parados em Buenos Aires e outras grandes cidades. Em algumas delas, as principais vias de acesso foram bloqueadas por manifestantes. A paralisação também prejudicou o transporte de cargas por caminhões, os serviços portuários e os aeroportos. Dezenas de voos nacionais e internacionais foram cancelados, incluindo alguns saindo do Brasil em direção a Buenos Aires, das companhias TAM e Gol. De acordo com secretário-geral do Sindicato Ferroviário Automotivo, Roberto Fernández, a paralisação foi total, com a adesão de 100% no setor de transportes. Além do transporte, a greve geral atingiu serviços públicos, como a coleta de lixo, o correio e hospitais. Bancos e postos de gasolina também permaneceram fechados. Reajuste salarial Os sindicatos dos setores de transporte, a Confederação Geral do Trabalho (CGT) e a Central de Trabalhadores Argentinos (CTA) pedem reajustes salariais de 35% para recuperar o poder aquisitivo perdido com a inflação e liberdade para negociar diretamente com os empregadores, sem a intervenção do governo. Para tentar controlar a elevada inflação que atinge o país, o governo, porém, quer limitar os aumentos a 27%. Os grevistas reivindicam ainda o aumento do salário mínimo e a atualização da tabela de impostos sobre o salário. Eles argumentam que a tabela está desatualizada por causa da inflação elevada e que, por causa disso, cada vez mais trabalhadores são obrigados a pagar o imposto. Em 2014, a inflação na Argentina atingiu 38%, segundo o chamado índice do Congresso, divulgado pela oposição com base em cálculos de consultorias privadas. Já as estatísticas oficiais, no entanto, mostraram uma alta de 23,9% nos preços no ano passado. CN/rtr/efe/abr/dpa
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