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Grécia quer prescindir da ajuda do FMI, afirma ministro

08:37 | 21/06/2015

O Fundo Monetário Internacional (FMI) não deveria continuar participando na ajuda financeira à Grécia, afirmou o ministro de Estado grego Nikos Pappas, um dos coordenadores das negociações com os credores de Atenas.

"Sou um dos que pensa que o FMI não deveria estar na Europa. Espero que encontremos uma solução sem a sua participação", afirmou o colaborador do primeiro-ministro Alexis Tsipras ao jornal Ethnos.

Pappas considera que a Europa "não precisa" desta instituição com sede em Washington, que tem "uma agenda unilateral e em nada europeia", e que o continente pode "seguir adiante sem ela e seu dinheiro".

O FMI se associou em 2009 à União Europeia e ao Banco Central Europeu (BCE) para a aplicação de um plano de ajuda financeira à Grécia, país sem acesso aos mercados por sua gigantesca dívida pública.

O programa de ajuda, que previu 240 bilhões de euros em empréstimos em troca de uma drástica austeridade e reformas, terminará com a UE no fim deste mês e com o FMI em março de 2016.

A Grécia e os credores, que negociam há nove meses um acordo para a liberação de uma parcela de ajuda de 7,2 bilhões de euros, começaram a debater uma ampliação do plano de ajuda europeu.

Para Atenas, a prorrogação deve ser baseada na recuperação econômica do país e não na austeridade, além de ser combinada com um alívio da dívida.

"O acordo deve contemplar dispositivos e uma duração que estimulem a confiança. Não pode ser de curto prazo e alimentar a incerteza", disse Pappas.

O ministro citou os três pontos da proposta de Atenas: transferir a dívida de 27 bilhões de euros ao BCE - uma parte da qual vence em breve -, ao Mecanismo Europeu de Estabilidade e oxigenar assim as finanças gregas; reestruturar a dívida com o FMI; elaborar um plano de desenvolvimento econômico para 2016-2021.

Até o momento, as propostas, acompanhadas de um corte no orçamento, foram rejeitadas pelos credores. Por sua vez, as ideias dos credores são consideradas "inaceitáveis" pelos gregos, segundo Pappas.

Os países da Eurozona se reunirão na segunda-feira em Bruxelas em um encontro extraordinário para tentar alcançar um acordo e evitar um default da Grécia no fim do mês.

AFP

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