Copiloto não estava mais apto para voar, afirma promotoria
Investigadores descobrem que Andreas Lubitz se consultou com 41 médicos em cinco anos. Sete consultas aconteceram no mês anterior ao da queda do voo 4U-9525. Copiloto sofria de problemas de visão e psicose.
O copiloto Andreas Lubitz que derrubou o avião das Germanwings nos Alpes franceses não estava mais apto para voar, informou nesta quinta-feira (11/06) o promotor de Marselha Brice Robin, responsável pela investigação sobre a queda do voo 4U-9525.
De acordo com a promotoria, em cinco anos Lubitz se consultou com 41 médicos, sendo que sete consultas foram marcadas somente no mês que antecedeu a tragédia. Entre os especialistas procurados pelo copiloto estavam clínicos gerais, psiquiatras, neurologistas e oftalmologistas. Sua mãe e sua namorada o acompanharam em algumas ocasiões.
Lubitz estava abalado, instável e psicologicamente doente e assim, no momento da tragédia, não estava apto para voar, disse o promotor. A investigação descobriu que o copiloto tinha medo de perder a visão e, consequentemente, o emprego.
Segundo Robin, o copiloto tinha problemas de visão que possivelmente estavam relacionados a uma doença mental. Lubitz havia dito a um dos médicos que só conseguia dormir duas horas por noite. Além de insônia, ele sofria de psicose e depressão.
Responsabilidade da empresa
O promotor ressaltou que muitos dos médicos ouvidos durante a investigação também constaram que o jovem não estava apto para voar, porém, devido a leis que protegem a privacidade do paciente na Alemanha, eles não puderam repassar essa informação à Germanwings. Não há indícios de colegas de Lubitz soubessem de sua condição psicológica.
A promotoria confirmou ainda que investigadores alemães descobriram que Lubitz fez pesquisas na internet sobre drogas, como o diazepam, sobre maneiras de cometer suicídio e sobre problemas na visão.
Apesar de não haver indícios de que a Germanwings ou a Lufthansa tivessem conhecimento da situação de saúde do copiloto, Robin anunciou que abrirá uma investigação para apurar a responsabilidade da empresa na tragédia. O promotor disse que o inquérito criminal investigará se erros foram cometidos no monitoramento da saúde mental de Lubtiz.
A investigação constatou também que avião não apresentou nenhum problema de manutenção, confirmando assim que o copiloto derrubou deliberadamente a aeronave, que voava de Barcelona para Düsseldorf. Todas as 150 pessoas a bordo morreram quando o avião caiu nos Alpes franceses no dia 24 de março.
CN/rtr/lusa/dpa/ap