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Ato contra construção de canal reúne milhares na Nicarágua

13:58 | 14/06/2015
Militantes e agricultores acusam projeto milionário, que deve ligar o Caribe ao Pacífico, de afetar meio ambiente e provocar o deslocamento de 30 mil pessoas. Cerca de 15 mil participaram do protesto. Milhares de manifestantes se reuniram neste domingo (14/06) na cidade de Juigalpa, na região central da Nicarágua, para protestar contra o projeto do controverso Canal da Nicarágua. Os opositores à construção da obra, na maioria agricultores cujas terras se situam no planejado canal, vieram de todo o país para Juigalpa. Estima-se que 15 mil pessoas participaram do protesto. Os manifestantes empunhavam bandeiras da Nicarágua e gritavam "não ao canal", acusando o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, "de vender o país" à China por autorizar a construção da obra. A empresa chinesa Hong Kong Nicaragua Canal Development (HKND) planeja investir 40 bilhões de dólares para que, já em 2019, os primeiros navios possam passar pelo canal. Com quase 300 quilômetros de extensão, o Canal da Nicarágua deverá conectar o Caribe ao Oceano Pacífico e se tornar, cem anos após a conclusão do Canal do Panamá, o segundo corte através da América Central. O projeto foi inaugurado em dezembro último, mas a construção só terá início em 2016. A obra do canal deverá implicar o deslocamento de 30 mil pessoas, principalmente camponeses humildes e indígenas, mas pode revelar-se uma importante vantagem financeira para o país da América Central. A HKND deverá empregar 50 mil pessoas nos cinco anos da construção do canal, que vai atravessar o Lago Nicarágua, florestas tropicais e ao menos 40 vilarejos. De acordo com informações oficiais, o canal deverá duplicar o crescimento econômico do país. Este foi o 47° protesto contra a construção do canal. A polícia não interveio, nem houve detidos. A marcha terminou num ato central, dirigido pelo Conselho Nacional de Defesa da Terra, do Lago e da Soberania da Nicarágua. CA/efe/lusa
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