Ataque a tiros em praia da Tunísia deixa pelo menos 37 mortos
Atirador armado de metralhadora abre fogo contra frequentadores de balneário a 140 quilômetros de Túnis, sendo morto na troca de tiros com a polícia. Trata-se do pior atentado na história recente do país.
Um homem sacou uma metralhadora kalashnikov escondida num guarda-sol e abriu fogo contra os frequentadores de uma praia, num balneário da Tunísia, nesta sexta-feira (26/06), matando no mínimo 37 pessoas e ferindo outras 36. É o mai grave atentado, presumivelmente terrorista, na história recente do país.
A chacina no popular resort mediterrâneo de Port el Kantaoui, nos arredores de Sousse, aconteceu no mesmo dia em que um homem-bomba matou 25 fiéis numa mesquita xiita no Kuwait e um suspeito de ligações com salafistas atacou uma fábrica em França, matando e decapitando uma pessoa.
Até o momento, nenhum grupo assumiu a autoria do atentado na Tunísia, mas o grupo jihadista Estado Islâmico, que na próxima segunda-feira marca o primeiro aniversário da seu "califado" em regiões ocupadas do Iraque e da Síria, já assumiu que estava por trás do atentado no Kuwait.
O atirador é um estudante desconhecido das autoridades, informou o secretário de Estado da Segurança da Tunísia, Rafik Chelly, a uma rádio local. "Ele é tunisiano, natural da região de Kairouan [centro]. É um estudante."
"Ele andava pela praia, vestido como banhista e com um guarda-sol, dentro do qual estava uma metralhadora", disse o secretário, acrescentando que as investigações preliminares indicam que o atentado foi cometido por um único atirador.
Estado de alerta máximo
Testemunhas descreveram cenas de pânico após o tiroteio na praia em frente ao RIU Imperial Marhaba Hotel, nos arredores de Sousse, cidade cerca de 140 quilômetros ao sul de Túnis. "Há 37 mortos e 36 feridos. Alguns dos feridos estão em estado crítico", informou o chefe de comunicações do Ministério da Saúde, Chokri Nafti.
Um porta-voz do grupo hoteleiro espanhol RIU, que gerencia o hotel de cinco estrelas, disse que a maioria dos 565 hóspedes era do Reino Unido e de países da Europa Central. Em Dublin, o chanceler Charles Flanagan anunciou que uma irlandesa estaria entre os mortos.
Sousse é um dos balneários mais populares do país, atraindo turistas da Europa e dos países vizinhos do norte da África. A Tunísia está em alerta máximo desde março, quando militantes islâmicos atacaram o Museu do Bardo, em Túnis, matando 21 turistas estrangeiros e um policial, num dos piores ataques da última década no Norte da África.
AS/afp/lusa