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Redução da maioridade penal pode agravar violência, afirma ONU

18:41 | 11/05/2015
Nações Unidas argumentam que adolescentes são mais vítimas do que autores da violência e que infrações de jovens devem ser tratadas como sinal da restrição do acesso a direitos fundamentais. A ONU afirmou nesta segunda-feira (11/05) que acompanha com preocupação a tramitação, no Congresso Nacional, de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que prevê a redução da maioridade penal de 18 para 16 anos e também o debate nacional sobre o tema. Segundo a ONU, é "com grande inquietação que se constata que os adolescentes vêm sendo publicamente apontados como responsáveis pelas alarmantes estatísticas de violência no país, num ciclo de sucessivas violações de direitos". A ONU argumenta que os adolescentes são muito mais vítimas do que autores da violência. "Dados oficiais mostram que, dos 21 milhões de adolescentes que vivem no Brasil, apenas 0,013% cometeu atos contra a vida", afirma nota divulgada pela instituição. Por outro lado, "os homicídios já são a causa de 36,5% das mortes de adolescentes por causas não naturais, enquanto, para a população em geral, esse tipo de morte representa 4,8% do total". "Somente entre 2006 e 2012, pelo menos 33 mil adolescentes entre 12 e 18 anos foram assassinados no Brasil", prossegue a nota. "Na grande maioria dos casos, as vítimas são adolescentes que vivem em condições de pobreza na periferia das grandes cidades." "O Sistema ONU alerta que, se as infrações cometidas por adolescentes e jovens forem tratadas exclusivamente como uma questão de segurança pública e não como um indicador de restrição de acesso a direitos fundamentais, a cidadania e a justiça, o problema da violência no Brasil poderá ser agravado, com graves consequências no presente e futuro." A redução da maioria penal está sendo analisada por uma comissão especial na Câmara dos Deputados. Se aprovada na comissão, vai para votação na Câmara. Se passar, vai para o Senado. AS/ots
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