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Mais de 20.000 manifestantes pedem renúncia do premier da Macedônia

População pede a deposição de Nikola Gruevsk,i suspeito de corrupção e de implementação de escutas ilegais

14:03 | 17/05/2015
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Mais de 20.000 pessoas protestaram neste domingo, 17, em Skopje, capital da Macedônia, para exigir a renúncia do primeiro-ministro conservador Nikola Gruevski, acusado de corrupção e de escutas ilegais em grande escala.

Os manifestantes, concentrados em uma avenida próxima à sede do governo, carregavam as bandeiras da Macedônia e da Albânia gritando "Vitória, vitória".

"Ficaremos aqui todo o tempo necessário até a vitória final, até a renúncia do primeiro-ministro", declarou à AFP Aleksandar Krstevski, um psicólogo de Kumanovo, no norte do país.

"Temos de acabar com este governo", afirmou por sua vez Khelena, de 29 anos, que carregava um cartaz dizendo "Adeus Nikola", referindo-se ao primeiro-ministro.

No sábado, 16, o líder da oposição de esquerda, Zoran Zaev, declarou na televisão que os manifestantes iriam permanecer nas ruas até a renúncia do governo.

Há semanas ocorrem manifestações antigovernamentais de menor tamanho em Skopje, nas quais a oposição denuncia os casos de corrupção e subornos do governo.

Reação governista

Desafiando a oposição, o primeiro-ministro afirmou no sábado, 16, que não pensava em renunciar. Acrescentou, sem fornecer provas, que por trás da oposição estavam os serviços secretos estrangeiros.

Por sua vez, três de seus colaboradores próximos, os ministros do Interior e dos Transportes, assim como o chefe dos serviços de inteligência, apresentaram sua renúncia.

"Trata-se de uma manobra que busca assegurar a sobrevivência" do governo de Gruevski, declarou à AFP Muamer Pajaziti, professor universitário especialista em assuntos europeus.

"A oposição e a opinião pública não aceitarão esta solução. É o momento propício para uma mudança dirigida pela oposição. Pouco a pouco, uma coalizão de envergadura será formada", considerou.

Cenário político

Nesta ex-república iugoslava de 2,1 milhões de habitantes de maioria eslava e cristã ortodoxa, a minoria albanesa muçulmana representa um quarto da população.

Desde o início do ano, a Macedônia atravessa uma grave crise política que opõe as principais formações eslavas.

O poder acusa a oposição de espionagem e de querer desestabilizar o país.

Gruevski, chefe do governo desde 2006, alcançou o poder para um mandato de quatro anos durante as eleições legislativas antecipadas de abril de 2014.

No entanto, a oposição denunciou que ocorreram fraudes durante as eleições e acusou Gruevski de adotar um tom autoritário e de querer realizar um projeto faraônico de embelezamento da capital que pode custar dezenas de milhares de euros em um país com 28% de desemprego.

AFP
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