
A chanceler federal alemã chegou à capital russa neste domingo, onde participou de uma homenagem aos soldados mortos durante a Segunda Guerra Mundial. O tema central de sua visita é crise na Ucrânia.
A chanceler federal da Alemanha, Angela Merkel, chegou a Moscou neste domingo (10/05) e prestou homenagens aos soldados mortos na Segunda Guerra Mundial, em uma visita marcada pelas tensões entre a Rússia e o Ocidente em razão da crise na Ucrânia.
Merkel depositou uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, nas proximidades do Kremlin, em um gesto conciliatório após ter se recusado a participar das gigantescas comemorações dos 70 anos do fim da Segunda Guerra Mundial, realizadas no sábado na capital russa.
Ao se reunir com o presidente russo Vladimir Putin, a chanceler ressaltou a importância da cooperação para lidar com a crise. "É necessário trabalharmos e cooperarmos também em situações difíceis, como a situação atual, e tentar encontrar soluções diplomáticas", afirmou Merkel durante o início das conversações.
No sábado, a Rússia realizou uma parada militar de grandes proporções para relembrar a vitória do exército vermelho sobre os nazistas. Diversos líderes ocidentais boicotaram o evento em razão da anexação da península da Crimeia pela Rússia em 2014 e do apoio de Moscou aos separatistas ucranianos. Putin minimizou a ausência dos líderes ocidentais, afirmando que "todos os que queríamos ver estiveram aqui".
Observadores apontam que as comemorações em Moscou no sábado seriam uma tentativa da Rússia de justificar sua intervenção no país vizinho e, ao mesmo tempo, de promover o nacionalismo russo.
No sábado, Putin sinalizou sua intenção de reatar as relações com o Ocidente. Ao receber o presidente da República Tcheca, Milos Zerman, um dos poucos líderes europeus a participar das festividades em Moscou, o presidente russo chegou a afirmar que "não fomos nós que iniciamos o esfriamento das relações com a Europa", e expressou o desejo de reativar os laços com os europeus.
Nos últimos meses, Merkel tem desempenhado um papel fundamental nas negociações sobre a crise ucraniana, atuando com mediadora entre Kiev e Moscou. A Ucrânia e o Ocidente acusam a Rússia de incitar o conflito separatista no leste do país, que causou mais de 6,100 mortes em pouco mais de um ano.
RC/afp/dpa