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Conheça Loretta Lynch, a secretária de justiça que desmacarou a Fifa

Filha de um pastor batista, Lynch formou-se em Direito em Harvard e ocupa hoje o principal cargo do Departamento de Justiça americano

14:00 | 28/05/2015
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Exatamente um mês depois de se tornar a primeira secretária de Justiça negra dos Estados Unidos, Loretta Lynch deu, nesta quarta-feira, 27, um grande golpe contra a corrupção no futebol mundial, um relatório que ela mesma supervisionou com mão de ferro.

Filha de um pastor batista que defendeu os direitos civis há cinquenta anos em Greensboro, na Carolina do Norte, Loretta Lynch, de 55 anos, sucedeu no cargo Eric Holder, também afro-americano, que renunciou após mais de seis anos como secretário de Justiça.

Ela nasceu quando as leis de segregação racial ainda eram vigentes nos Estados Unidos, formou-se em Direito em Harvard e ocupa hoje o principal cargo do Departamento de Justiça americano.

[SAIBAMAIS3] 

Desde sua primeira confirmação como secretária de Justiça no final de abril pelo Senado americano, Lynch anunciou sua determinação de perseguir os colarinhos brancos e outras elites, já que segundo salientou não exitem pessoas "que estejam acima da lei".

"Quando eu era criança, as pessoas nos diziam para ficar longe dos tribunais. Mas eu achava que era uma instituição positiva, e queria que ela tivesse uma visão diferente", disse o pai Lorenzo à BBC.

Estudos

As leis de segregação foram derrubadas por volta dos anos 1960, mas o racismo permaneceu. A mãe de Lynch, Lorine, lembra que as professoras da filha tinham dificuldade em aceitar sua inteligência.

De acordo com ela, quando Lynch estava na 2ª série (tinha 7 ou 8 anos) ela teve que fazer uma prova outra vez porque tinha ido bem demais na primeira.
"As professoras acharam que algo estava errado, porque ela era afroamericana e os alunos brancos tinham tirado notas mais baixas", disse Lorine à BBC. O resultado da segunda prova foi uma nota maior ainda.

As dificuldades não afetaram os desejos de Lynch. Durante toda a infância, ela sonhava em estudar em Harvard, onde estudou Literatura Inglesa antes de fazer Direito.

Para a advogada Karen Freeman-Wilson, ela levou a sério a universidade. "Na faculdade, as pessoas costumam usar jeans, roupas despojadas, mas eu não lembro de uma vez em que Loretta estivesse desarrumada. Eu costumava implicar com ela perguntando se ela não tinha nenhuma roupa de brincar", conta Karen, colega de sala.

Lynch ficou conhecida pela capacidade de se manter calma. Esse foi um dos pontos altos durante o longo processo de aprovação no Senado. Indicada pelo presidente Barack Obama em novembro, su nomeção só foi aprovada pelo senado em Abril

Entenda do caso
Nesta quarta-feira, iniciou um tsunami ao acusar por corrupção nove membros da Fifa e cinco executivos de marketing esportivo, por crimes ocorridos nos últimos 24 anos.

Os dirigentes da Fifa denunciados e presos corromperam o mundo do futebol, especialmente com subornos em torno da venda de direitos de transmissão de eventos, afirmou Lynch.

"Estas acusações são testemunhos da presença de uma corrupção endêmica, generalizada e profundamente instaurada no exterior e aqui nos Estados Unidos", afirmou.

"Começando em 1991, duas gerações de dirigentes do futebol (...) usaram seus cargos de confiança em suas respectivas organizações para pedir propinas de empresas de marketing esportivo em troca dos direitos comerciais sobre partidas de futebol", declarou Lynch.

Para a secretária de Justiça, "estes indivíduos e organizações participaram de subornos para decidir quem transmitiria as partidas pela TV, onde se realizariam os jogos e quem dirigiria as organizações que organizam o futebol a nível mundial".

"As investigações revelaram que o que deveria ser uma expressão do esporte foi usado como um veículo para uma rede maior para chegar aos bolsos de executivos com subornos que totalizam 110 milhões de dólares", denunciou.
Nesta quarta-feira Lynch demonstrou disposição para cumprir o que havia anunciado quando foi nomeada secretária de Justiça dos Estados Unidos.

 

Redação O POVO Online e AFP










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