Violência deixa mais 29 mortos na Síria
Mais cedo, o Observatório Sírio informou que 16 pessoas foram mortas em Homs e outros lugares. A violência ocorreu após dezenas de milhares de manifestantes tomarem as ruas depois das orações de sexta-feira. O grupo disse que ao menos dez pessoas foram mortas em Homs, incluindo seis em meio a bombardeios e tiroteios em diversos bairros da cidade.
Burhan Ghalioun, líder do Conselho Nacional Sírio, principal grupo opositor do país, rejeitou nesta sexta-feira os pedidos de Annan por diálogo com o governo do presidente Bashar Assad, alegando que eles são inúteis e irreais, uma vez que o regime massacra seu próprio povo. O ex-chefe da ONU, nomeado pela entidade e pela Liga Árabe como enviado à Síria, disse que a missão dele era iniciar um "processo político" a fim de resolver o conflito no país.
Com a perspectiva de a diplomacia falhar, a televisão estatal TRT da Turquia informou que dois generais e um coronel sírios desertaram para a Turquia na quinta-feira. As deserções militares são significativas, já que a maioria dos desertores militares até agora era de baixa patente. Na quinta-feira, o vice-ministro do Petróleo da Síria anunciou seu deserção.
A agência estatal de notícias da Turquia, Anatólia, informou nesta sexta-feira que pelo menos 234 refugiados sírios cruzaram a fronteira para a província turca de Hatay entre quinta-feira e hoje. Desses, quatro eram generais, dois coronéis e um oficial de campo. "A situação mudou rapidamente na Síria. Todo mundo agora teme ser morto, incluídos os generais", disse o coronel Aref Hammoud, que está entre soldados desertores em um campo no sul da Turquia e recebeu efusivamente os novos refugiados nesta sexta-feira.
Os ministros das Relações Exteriores da França, Alain Juppé, e do Marrocos, Saad Eddine Othmani, reiteraram a oposição deles a uma intervenção militar contra Assad. "Rejeitamos qualquer intervenção militar na Síria", disse Othmani em uma entrevista à imprensa conjunta com Juppé. O chanceler francês afirmou que, embora a situação na Síria seja "inaceitável e escandalosa", a opção militar "não está na agenda".
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.