Irã: ultraconservadores voltam a questionar Ahmadinejad
A convocação de Ahmadinejad ocorre após o Irã ter tido eleições parlamentares, em 2 de março, vencidas em grande parte das províncias pelos ultraconservadores ligados a Khamenei. O presidente ainda tem um ano e meio de mandato, mas aparentemente saiu enfraquecido do sufrágio de 2 de março. Um segundo turno ocorrerá em 25 de abril nos distritos onde os candidatos não obtiveram mais de 25% dos votos.
Ahmadinejad respondeu em um discurso de uma hora, transmitido pela televisão estatal. Não foram feitas perguntas diretas. Ele negou ter desafiado o poder de Khamenei, quando em abril de 2011 demorou 11 dias para reinstaurar no cargo o ministro da Inteligência, Haidar Moslehi, ligado à linha-dura xiita. Ahmadinejad também foi questionado a respeito da dramática alta nos preços, que provocou insatisfação pública, e também por seu suposto fracasso em prover um orçamento para a expansão do Metrô de Teerã. Ele foi acusado de acelerar a adoção de um pacote econômico que cortou subsídios à energia elétrica e à alimentação, o que aumentou os preços para os pobres e a classe média.
Ahmadinejad respondeu que o fim dos subsídios ocorreu por causa das "sanções internacionais" que o Irã sofre por causa do programa nuclear e também da "crise mundial". Segundo ele, se os deputados tivessem consultado antes o governo, "questões melhores teriam sido elaboradas". Ahmadinejad parecia sarcástico em alguns momentos e em outros irritado. Os ultraconservadores criticaram muito o presidente após o discurso, ao dizerem que ele usou uma linguagem "inapropriada". As 10 perguntas foram lidas em bloco, antes do discurso, pelo deputado ultraconservador Ali Motahari, crítico feroz do presidente.
As informações são da Associated Press e da Dow Jones.