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UE aprova novas sanções contra o regime sírio

13:12 | 27/02/2012

BRUXELAS, 27 Fev 2012 (AFP) - A União Europeia (UE) aprovou nesta segunda-feira, 27, novas sanções contra a Síria com o objetivo de debilitar o regime de Bashar al-Assad, ante a sangrenta repressão executada contra o movimento de revolta no país.

"A União Europeia está cada vez mais horrorizada com a situação na Síria, onde o regime mantém sua campanha brutal de repressão contra a população civil", indicou um comunicado divulgado durante uma reunião de ministros das Relações Exteriores dos Vinte e Sete em Bruxelas.

As sanções pretendem, sobretudo, congelar os depósitos do Banco Central sírio e a maioria das transações com esta instituição, além de proibir a importação de ouro e outros metais preciosos para a União Europeia.

Sete ministros do regime sírio serão incluídos na lista negra de pessoas proibidas de receber visto de entrada na UE. Com estas, 150 pessoas, consideradas responsáveis pela repressão, foram sancionadas desta maneira.

As sanções vetaram também os voos de carga procedentes da Síria, ainda que sejam permitidos os voos de passageiros, para permitir que os cidadãos europeus que se encontram na Síria possam regressar a seus países.

Também inclui mais sete pessoas na lista de sírios com visto negado na UE. A lista conta agora com 150 nomes.

As sanções "exercerão mais pressão sobre os responsáveis pela campanha brutal de repressão na Síria e têm como objetivo atacar o regime por sua horrível violência contra os civis", disse a chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton.

"Enquanto a repressão continuar, a UE continuará impondo sanções", advertiu.
No entanto, os europeus não conseguiram impor a proibição da compra de fosfatos, uma das fontes de riqueza da Síria, diante da oposição da Grécia, um dos principais compradores, indicou uma fonte diplomática.

As sanções foram aprovadas um dia depois do referendo em que os sírios votavam por uma nova Constituição. Mas, enquanto os sírios votavam, o regime aumentava sua sangrenta repressão das revoltas em diversas cidades, deixando mais de 50 mortos.

"O referendo de ontem não enganou ninguém", disse o ministro britânico William Hague ao chegar à reunião de Bruxelas. "Convocar um plebiscito e ao mesmo tempo abrir fogo contra os manifestantes é algo que tira a credibilidade aos olhos do mundo", acrescentou.

Homs, a "capital da revolução", se tornou o símbolo da repressão das forças de segurança, que bombardeiam a cidade desde 4 de fevereiro, com um registro de centenas de mortos.

Mais de 7.600 pessoas, a maioria civis, morreram desde o início da revolta na Síria em março de 2011, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).

A Europa reiterou em várias ocasiões o pedido de fim da violência na Síria e de renúncia de Assad, ao mesmo tempo em que estimulou a resolução de condenação da Síria na Assembleia Geral da ONU, um texto vetado por Rússia e China.

"A UE reconhece o (ndlr: principal grupo opositor) Conselho Nacional Sírio (CNS) como um legítimo interlocutor", acrescentou o comunicado da UE.

A secretária de Estado americana Hillary Clinton insistiu na última sexta-feira, na Tunísia, que a comunidade internacional pressione a Rússia e a China, que desde o início do mês bloqueiam uma resolução do Conselho de Segurança da ONU de condenar a violência do regime de Assad contra os civis. China e Rússia criticaram a declaração.

"Não podemos aceitar isso (...) o mundo exterior não deve impor" seu plano de solução da crise do povo sírio, afirmou o porta-voz do ministério chinês de Relações Exteriores, Hong Lei, nesta segunda-feira.

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